De tempos em tempos eu lembro que tenho um blog onde prometo fazer postagens regulares. Com quase um mês separando minha última postagem desta, posso afirmar que tenho andado muito relapso com este blog. Talvez seja porque todo esse hype dos novos jogos me faça perder o interesse em coisas mais histórias, como a Longa Trajetória de Pokémon no Brasil. Espero que ao menos vocês ainda tenham interesse em ler ^^
Caso tenha perdido, a 1ª Parte da matéria que revisita a Liga Laranja pode ser lida aqui.
Caso tenha perdido, a 1ª Parte da matéria que revisita a Liga Laranja pode ser lida aqui.
Enfim, espero que curtem, deixem o seu comentário e ajudem a divulgar o blog!
A Longa Trajetória deno Brasil
ANIME
– A LIGA LARANJA
(Parte 2)
(Parte 2)
EXIBIÇÃO
NO BRASIL
Quando
o anime Pokémon foi importado para o ocidente, a divisão feita pela
4Kids, detentora dos direitos da série no ocidente na época, foi
baseada no número de episódios por temporada e não por saga.
Assim, a Liga Laranja entrou no pacote de 52 episódios da segunda
temporada, sendo que os 26 primeiros episódios eram referentes à
Liga Kanto e os 24 restantes à Liga Laranja, que foi encerrada nos
11 primeiros episódios da terceira temporada. Assim, a segunda
temporada de Pokémon estreou aqui no Brasil no dia 21 de
fevereiro de 2000 na Rede Record, mas os episódios da Liga Laranja
só começaram a ser exibidos em meados de abril na emissora e foram
até bem recebidos pelo público, mesmo hoje ela sendo considerada
uma saga filler (nome
dado a sagas que não avançam nada na história e servem como único
propósito enrolar o público até material realmente relevante ser
lançado) e inferior à
original. No Cartoon Network, os episódios demoraram um pouco
mais tempo para começar a ser exibidos. E esses episódios tinham um
adicional: além de exibir o encerramento (a abertura com créditos
finais), a emissora exibia também o Karaokémon, que eram cortados
na Record. Em ambas as emissoras, os episódios da Liga Laranja da
segunda temporada tiveram exibição diária e se esgotaram pouco
mais de um mês do começo de sua exibição, dando novo vigor às
reprises que duraram muitos meses: a conclusão da saga só veio em
1º de janeiro de 2001 no Cartoon Network com a exibição dos 11
episódios finais da saga! Essa espera longa ocorreu porque tanto nos
Estados Unidos como no Japão, a exibição dos episódios se dava
semanalmente e os episódios são enviados para o Brasil em pacotes
que são dublados ao longo do ano. Como no Brasil, a exibição se
dava diariamente, isso fazia com que os episódios inéditos fossem
consumidos muito rapidamente e as emissoras não tinham um plano para
fugir das reprises e prolongar o interesse do público pela série
por mais que três meses.
Quando
chegou a vez da terceira temporada, o Cartoon Network e a Rede Record
queriam começar a exibição dos novos episódios o mais rápido
possível para se aproveitar da febre Pokémon que ainda estava em
vigor no país e pressionavam o estúdio de dublagem para que o
trabalho fosse agilizado para que a estreia dos novos episódios
ocorresse ainda no primeiro semestre. Tal pressão porém não ajudou
muito, já que dublagem leva um tempo para ser concluída, mas o
Cartoon Network decidiu trabalhar com Pokémon de uma forma um
pouco diferente desta vez. Em vez de esperar que todos os episódios
estivessem dublados e oferecer uma novidade aos fãs ávidos o mais
rápido o possível, a emissora decidiu dividir a temporada de 52
episódios em quatro blocos de 13 capítulos que seriam lançados à
medida que a Parisi fosse concluindo o trabalho de dublagem. Assim,
os 11 capítulos finais da Liga Laranja foram exibidos sem
interrupção na emissora, encerrando-se com o primeiro bloco de
episódios da nova temporada. Na Record, os episódios da Liga
Laranja da terceira temporada só foram lançados em março, pois a
emissora decidiu esperar até que todos episódios – ou a maior
parte deles – estivessem dublados para lançá-los todos juntos
numa exibição ininterrupta, o que fez o povo que não tinha tevê
paga esperar ainda mais tempo para ver a conclusão dessa aventura.
A
segunda temporada conseguiu repetir e até superar o sucesso da
audiência da primeira tanto na Record quanto no Cartoon,
impulsionado pela grande divulgação e pela popularização da
franquia no país. Mas também foi nessa época de auge do sucesso
que Pokémon conheceu seu
grande oponente pelo amor do público infantil: Digimon.
Criado pela Toei e também sendo estrelado por crianças que se
aventuram com monstrinhos que tem poderes e se transformam para ficar
mais fortes, o anime foi adquirido pela Fox Kids norte-americana com
a intenção de derrubar a audiência implacável de Pokémon
na concorrente Kids’ WB – a emissora que exibia o anime dos
monstros de bolso nos EUA. E embora no Japão, os monstros digitais
não representassem ameaça alguma para os monstros de bolso, nos EUA
o resultado foi bem diferente e logo a Fox Kids pôde se deliciar ao
ver Digimon enfrentando
Pokémon de igual
para igual na briga por
pontos de audiência. Isso serviu para impulsionar entre a
mídia e os fãs em geral uma rivalidade entre os dois animes, com os
monstros digitais sendo apontados como clones dos monstros de bolso e
etc.
Tal
rivalidade chegou aqui quando a Toei veio apresentar Digimon às
emissoras brasileiras e a Rede Globo decidiu entrar na briga contra a
Record na tevê aberta, enquanto a Fox Kids brasileira desafiava o
Cartoon Network na tevê paga. A Rede Globo tinha a liderança de
audiência no país na maior parte do tempo, mas viu Pikachu e sua
turma ameaçarem seu trono pela manhã. A Record até colocou o anime
em outros horários fora do programa da Eliana – onde era
originalmente exibido – e o sucesso também se replicou. Com o
sucesso de Digimon nos EUA, a Globo tinha um interesse
particular nos monstros digitais. A Record também entrou na briga
pelos direitos de exibir Digimon para ter uma alternativa a
Pokémon quando os episódios
inéditos acabassem e evitar que a Globo conquistasse um perigoso
concorrente para Pikachu e cia, mas
a Globo saiu vitoriosa e a história da “rivalidade” entre
monstros de bolso e monstros digitais só ganhou mais força no
Brasil. Com um investimento pesado da Globo em marketing para
promover sua nova série animada, Digimon fez um sucesso
bastante expressivo no Brasil, se tornando quase tão popular quanto
Pokémon e ajudou a derrubar
a audiência deste.
Ao
longo dos anos, após muitas reprises, superexposição da mídia,
falta de novidades expressivas o suficiente no país e crescente
desinteresse do público, a audiência de Pokémon
foi caindo cada vez mais. Eventualmente, a Record tirou o
anime do ar e depois disso, a Liga Laranja só retornou à tevê
aberta em 2005, numa reprise da segunda temporada na Rede Família,
pertencente ao grupo Record, mas como o alcance da emissora era
bastante limitado, pouquíssimas pessoas puderam acompanhar. Em 2008,
porém, Pokémon teve um
retorno (relativamente) triunfal à tevê aberta quando a Rede
TV! adquiriu os direitos de exibir as aventuras de Ash e cia após o
término do contrato da Record com a Televix/Swen. Graças ao sucesso
imenso alcançado pela primeira temporada, a segunda estreou na
sequência, em 22 de julho, dando fim à saga em Kanto e iniciando as
aventuras nas Ilhas Laranja! Seguindo o mesmo esquema feito com a
saga em Kanto, a emissora exibia dois episódios por dia a partir das
18h, com direito a um segmento próprio para mostrar uma
retrospectiva do episódio anterior. Além disso, a Rede TV! também
manteve o Karaokémon, que até então era inédito na tevê aberta,
mas depois de um tempo decidiu tirá-lo do ar. Interessante notar que
a Rede TV! realizava cortes nos episódios para exibir dois episódios
e suas desnecessárias, longas e malfeitas retrospectivas e prévias.
O “Quem É Esse Pokémon?” também não era exibido na Rede TV!.
Com
isso, os fãs puderam rever toda a trajetória de Ash, Misty e Tracey
pelas Ilhas Laranja e matar a saudade dos bons e maus momentos desta
saga, já que a exibição sem pausa da Rede TV! permitiu que o fim
da Liga Laranja fosse exibido logo na sequência, com a reprise da
terceira temporada. Como a versão exibida aqui foi importada dos EUA
pela Televix, que ficou responsável pela distribuição de Pokémon
nos países latino-americanos e na tevê paga, e pela Swen,
responsável pelo licenciamento no Brasil para emissoras de tevê
aberta, ela inclui as aberturas e encerramentos americanos e contém
diferenças em relação à versão japonesa (nomes de personagens e
lugares, cidades, diálogos, cortes, trocas de músicas de fundo).
Tais edições devidamente realizadas pela 4Kids Entertainment para
que o produto “se adequasse” ao gosto do público ocidental –
embora pode-se notar que os próprios japoneses, preocupados com o
público ocidental, começaram a tirar elementos da cultura japonesa
tão presentes no começo das aventuras de Ash e cia. No Brasil, a
primeira exibição da saga da Liga Laranja começou em 23 de março
de 2000 e foi encerrada em 15 de janeiro de 2001.
SINOPSE
Após
superar a derrota na Liga de Índigo (Sekiei League, no Japão) com a
ajuda de seu amigo Ritchie (Hiroshi), Ash (Satoshi) volta para a
Cidade de Pallet (Masara Town) e o Prof. Carvalho (Ookido-Hakase)
pede que ele vá até a casa da Prof.ª Ivy (Uchikido-Hakase) pegar
com ela a Bola GS, uma Pokébola (Monster Ball) (até hoje) cercada
de mistérios! Partindo com Misty (Kasumi) e Brock (Takeshi), Ash
chega à Ilha de Valência (Daidai Island) e pega a Bola GS com a
bela professora, por quem Brock se apaixona, decidindo ficar para
“estudar” e “auxiliar em suas pesquisas”. Após se despedirem
do amigo, Ash e Misty acabam sendo vítimas de mais um plano da
Equipe Rocket (Rocket-dan) e vão parar numa ilha onde conhecem
Tracey Sketchit (Kenji), um Observador Pokémon que decide se unir a
Ash e Misty assim que descobre que eles são amigos do Prof.
Carvalho, seu grande ídolo. Ash também descobre que no Arquipélago
Laranja ocorre o campeonato da Liga Laranja e decide competir contra
a Equipe Laranja (Cruzeiro do Sul, no Japão), composta de quatro
Líderes de Ginásio, que testam não só os Pokémon, mas também os
Treinadores em diferentes desafios de força, resistência e
habilidade, pelas quatro Insígnias necessárias para se enfrentar o
Líder-Chefe da Liga Laranja, Drake (Yuji), e ter seu nome gravado na
Galeria da Fama (Hall of Fame). Conquistadas as Insígnias, Ash
desafia Drake e após uma árdua batalha, consagra-se vencedor,
retornando para casa em seguida. Lá ele reencontra Brock, que se
reúne ao grupo, Tracey decide ficar trabalhando com o Prof. Carvalho
e Ash reencontra e batalha pela primeira vez com seu velho rival Gary
(Shigeru), o que o leva a entender que apesar de sua recente
conquista, ainda há um longo caminho a trilhar em direção ao
objetivo de se tornar um Mestre Pokémon.
Dizer
que a saga das Ilhas Laranja é um filler é uma injustiça
muito grande desde que esta saga trabalha várias histórias
paralelas à jornada de Ash que acabam sendo relevantes para a
história da série como um todo: Charizard começa a obedecer Ash,
Togepi manifesta seus misteriosos poderes pela primeira vez, Misty
começa a demonstrar sentimentos por Ash, a jornada de Lapras para
reencontrar seu cardume e, claro, o mistério da Bola GS. A saga
acaba sendo mais relevante do que a maioria das pessoas admitem.
Entretanto, há sim um grande problema: quando a Liga Laranja
termina, a maioria dessas histórias que poderiam ser continuadas são
simplesmente esquecidas! Os poderes de Togepi não progridem e caem
no desuso, Misty cessa, quase que instantaneamente, de demonstrar
seus sentimentos por Ash – algo que a 4Kids até encoraja mais que
os próprios roteiristas japoneses em momentos futuros e pode ser
justificado pelo fato de que os japoneses não tinham a intenção de
tornar o romance o foco da série – e o mistério da Bola GS é
prorrogado para a saga seguinte e esquecido. Isso sem mencionar que
Brock volta por razões misteriosas nunca esclarecidas (o que o
deixou tão traumatizado com a Professora Ivy?). É interessante
notar também que Tracey entra e sai da jornada sem ter um
desenvolvimento ou algo explorado sobre seu passado antes de conhecer
Ash e Misty. Sua família nunca é mostrada ou citada, sua origem, a
razão de suas motivações… ele é simplesmente jogado na série
sem nada a ser mostrado além de suas notáveis habilidades como
Observador Pokémon, o que é triste de se ver e mesmo sabendo-se
hoje as reais razões de sua inclusão na série, fica claro que
poderiam ter dado um maior contexto ao personagem para torná-lo mais
cativante e importante na série. Embora as Ilhas Laranja não
existam nos jogos originais da série, nos remakes de Pokémon Red
& Green, Pokémon FireRed Version e Pokémon
LeafGreen Version, surgiram as Ilhas Sevii (Sevii Islands), que
muito possivelmente foram inspiradas no Arquipélago Laranja.
EQUIPE
DE PRODUÇÃO ORIGINAL
TV
Tokyo
softx
Shogakukan
Production Co. Ltd.
Baseado
em uma história de: Satoshi Tajiri.
Produtor
executivo: Tsunekazu Ishihara.
Produtores:
Keisuke Iwata, Takayuki Yanagisawa e Takemoto Mori.
Diretor:
Masamitsu Hidaka.
Produção
de Animação: OLM.
Produtor
de animação: Shukichi Kanda.
Produtor
associado: Choji Yoshikawa.
Supervisor
de animação: Yoichi Kotabe.
Planejamento:
Takashi Kawahuchi e Masakazu Kubo.
Diretor
executivo: Kunihiko Yuyama.
Supervisor
da série: Takeshi Shudo.
Designer
de personagens: Sayuri Ichiishi.
Diretor
de arte: Katsuyoshi Kanemura.
Coordenador
de coloração: Norimichi Yoshino.
Diretor
de fotografia: Motoaki Ikegami.
Editores:
Toshio Henmi e Yutaka Ito.
Música:
Shinji Miyazaki.
Diretor
de som: Masafumi Mima.
Produtor
musical: Takai Yoshida.
EQUIPE
DE PRODUÇÃO AMERICANA
4Kids
Productions, Inc.
Produtores
executivos: Alfred R. Kahn,
Norman J. Grossfeld e
Tom Kenney.
Produzido
por: Norman J. Grossfeld.
Diretores
de dublagem: Michael Haigney, Jim Malone e Anthony
Salerno.
Produtores
de dublagem: Larry Juris e Michael Haigney para TAJ
Productions.
Produtora
supervisora: Kathy Borland.
Tradução
de: Paul Taylor.
Adaptações
de: Michael Haigney, John Touhey, Norman J.
Grossfeld, Joe Witt, Bob Feig, Jason Bergenfeld
e Crispin Freeman.
Parabéns pela nova postagem, como sempre muito bom.
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