A Dublagem de Pokémon - A Série XY
&
Tabela de Batalhas - Ash ATUALIZADA!
Tabela de Batalhas corrigida e atualizada às 23:11 de 16/03
No último dia 02 de março, estreou Pokémon - A Série XY no Cartoon Network brasileiro. Desde então, um bocado de pessoas tem pedido para eu comentar sobre ela - algo que de fato eu já planejava fazer dentro do charithought do XY058, mas a pressa de publicar os dois últimos textos acabou fazendo-me esquecer, então pra compensar decidir fazer uma postagem só sobre isso e aproveitar pra publicar a Tabela de Batalhas atualizada. Então, vamos lá!
Foto compartilhada pelo dublador Bruno Mello em sua página no facebook
A dublagem pré-XY
Pokémon sempre foi um anime complicado quando se trata de dublagem. Num intervalo de tempo de três anos, a franquia havia passado por quatro estúdios diferentes (Master Sound, BKS, Parisi Vídeo e Delart). Com as mudanças de estúdios de dublagem, mudavam-se também os diretores, tradutores e até o elenco de dubladores, o que resultou num trabalho que sempre foi carente de uma consistência e padronização. Apesar de haver qualidade, a eterna busca das distribuidoras Televix e Swen por baratear o serviço o máximo o possível sempre impediram que ela fosse atingida em plenitude.
O anime pareceu encontrar uma casa definitiva na Centauro em 2004. A empresa não só assumiu os trabalhos com todos os episódios do anime e especiais desde então, como também passou a ser responsável por trabalhar com todos os filmes da série desde Pokémon: Lucario e o Mistério de Mew. Porém, o que poderiam significar anos de um trabalho com qualidade consistente tornaram-se um pesadelo sem fim. A diretora Gilmara Sanches e a tradutora Elaine Pagano (que passou a assumir a tradução da série na Centauro em 2005, mas já havia traduzido episódios de Pokémon na Parisi) foram responsáveis por anos de um trabalho muito porcamente realizado.
Ao longo dos anos na Centauro foi que Pokémon mais viu uma dança da cadeiras de dubladores. Era raro ver um personagem que conseguisse a façanha de ter a mesma voz durante todas as suas aparições. Gente como Gary e Delia Ketchum basicamente tinha um dublador diferente a cada aparição, até a Pokédex chegou a mudar de voz diversas vezes e num episódio da saga Sinnoh, uma Oficial Jenny chegou a ter DUAS dubladoras diferentes NO MESMO EPISÓDIO - mesmo ela sendo dublada pela própria diretora de dublagem! Gilmara Sanches inventava mil desculpas para sua incapacidade de manter um elenco de dublagem consistente - e em alguns casos, o motivo era na real picuinhas dela com alguns dubladores em particular -, mas tudo não passava de uma incapacidade absurda de fazer seu trabalho de forma competente. Ela também não conseguia dirigir seus colegas muito bem. Em diversos momentos, os dubladores não conseguiam entregar algumas falas da maneira correta por falta de guia de uma direção acertada.
No campo da tradução, Elaine Pagano era a responsável pelo terror! Já era possível constatar pelos episódios que ela provavelmente traduziu na fase Johto que ela não era muito boa no que fazia, mas em grande parte era culpa da FALTA DE SCRIPT que o estúdio possuía - um imenso absurdo por si. O problema é que mesmo tendo um texto, o trabalho de Pagano era simplesmente falho em diversas categorias. Sua tradução era literal demais, tornando o texto muito pouco fluído, expressões eram SUPER erroneamente traduzidas (como esquecer a clássica vez em que ela batizou Marina de Marvel por que aparentemente ela não sabia que marvel em inglês também pode significar "maravilhar-se com"? Ou o dia que "Here you go" virou "Aqui vai você" em vez de "Aqui está"? E todas as vezes em que Tracey foi referido como a Tracey?), os golpes de Pokémon então sofreram antes de fãs de Pokémon se voluntariarem a ajudar (Volt Tackle foi chamado de Equipamento Volt) e depois também (Bide sendo chamado de Mordida).
Quando Pokémon - Preto e Branco estreou no Brasil, veio acompanhado de ventos da mudança. Gilmara Sanches deixou a direção para dar lugar a Fábio Lucindo (o dublador do Ash), que eventualmente deu lugar a Márcia Regina (a dubladora da Misty). Essa mudança já fez uma puta diferença! Márcia conseguiu manter um elenco bastante consistente durante toda a Liga Unova e ainda trouxe de volta os dubladores clássicos do Professor Carvalho, da mãe do Ash e de Giovanni - afastados do anime por ANOS durante a era Gilmara. Foi também Márcia Regina quem fez do retorno de Charizard um evento histórico ao trazer TODOS os dubladores originais dos personagens que apareciam nos flashbacks de volta (com exceção da Enfermeira Joy de Kanto), graças à dica de um fã - algo que nunca aconteceria se dependesse de Gilmara.
Elaine Pagano ainda estava à frente da tradução e cometia seus erros de sempre, mas seu texto estava visivelmente mais fluído e dizem os boatos que a distribuidora vinha acompanhando seu trabalho mais de perto porque não estava muito satisfeito com ele também. Porém, mesmo o trabalho de Márcia Regina continha seus erros. A escalação de N foi de gosto duvidoso, Giovanni ganhou um sotaque estranho que embora fosse característico da dublagem americana, nunca havia sido transmitido para a dublagem brasileira até então e Looker não manteve sua voz de Diamante & Pérola - provavelmente porque Márcia não sabia da existência dele até então.
A 16ª temporada também viu os golpes recebendo nomes novos que foram muito polêmicos por diferenciarem muito daqueles que vinham sendo usados desde DP (alguns até mesmo antes disso) como resultado da colaboração de alguns fãs ligados a Poképlus (incluindo este que vos escreve) com a Centauro. Eventualmente descobrimos que foi uma decisão da própria The Pokémon Company International e não do estúdio em si. E teve também aqueles momentos estranhos que falas aleatórias de Ash foram feitas por Alex Minei em vez de Fábio Lucindo por motivos até hoje desconhecidos - um problema que parece ter se repetido na versão latina da série também. Então as coisas haviam melhorado, mas ainda estavam estranhas de alguma forma.
Agora, vamos falar de XY!
A dublagem de Pokémon - A Série XY levantou muitas expectivas desde que Bruno Mello e Michelle Giudice foram anunciados como sendo as vozes brasileiras de Clemont e Serena, respectivamente. Os dois foram muito bem aceitos pelos fãs logo de cara e, felizmente, o trabalho que eles fizeram ficou muito bom! Tanto nas atuações como nos tons de voz escolhidos, ambos foram escalações acertadas que entregam o que é esperado. O problema mesmo ficou por conta de Jussara Marques, a Bonnie! Sim, ERRARAM LOGO NA VOZ DA LIMÃOZINHA! E confesso que não entendi. Enquanto Bruno e Michelle são dubladores relativamente novos, Jussara é experiente - ela fez a voz da Pan em Dragon Ball GT e a Jade de As Aventuras de Jackie Chan.
É normal atores terem problemas para encontrar a voz certa para seus personagens devido ao esquema de como produções seriadas são dubladas no Brasil - muito trabalho pra fazer em pouco tempo e a pressa é inimiga da perfeição -, dez episódios já se passaram e eu não vi melhora notável. O problema parece ser que Jussara está forçando demais para fazer uma voz pouco convincente e isso também tem afetado sua atuação. Como resultado, Bonnie não parece nem um terço da criança agitada e fofíssima da versão japonesa, o que é uma tristeza. Pelo menos eu ainda acho sua risadinha muito fofa. E devo dizer que fiquei bastante satisfeito com as escolhas feitas para as vozes brasileiras de Meyer, Grace, Prof. Sycamore e Viola.
Quem também merece elogio é o Fábio Lucindo. Sei que muita gente reclama do tom de voz que Lucindo é obrigado a fazer, mas eu não consigo ver como ela não combina com o Ash. Lucindo é um ator tão absurdamente empenhado no papel e sua atuação é simplesmente fantástica! O Ash está tão (ou mais) empolgado de chegar a Kalos na versão brasileira quanto ele estava na versão japonesa. Lucindo sabe como entregar cada fala, cada trejeito do personagem de forma perfeita, todas as suas nuances e por isso ele devia ganhar mais reconhecimento dos fãs - é triste quando todas as entrevistas que o ator aceita dar acabam caindo em "os fãs reclamam muito do tom que você usa para o Ash".
Mensagem de Michelle Giudice para a galera da PBN
Talvez seja porque eu já esteja acostumado ou porque ele ouviu as críticas de vocês, ou simplesmente porque entrou no espírito do Ash de Kalos, mas até acho que ele tem feito um Ash consideravelmente menos infantil. Enfim, eu só tenho elogios para esse rapaz - e isso não tem nada a ver com eu ter tido a chance de trocar umas palavrinhas com ele na CCXP 2014, juro xD Isabel de Sá, Márcio Araújo e Armando Tiraboschi estão simplesmente perfeitos como o trio Rocket, como sempre estiveram. Também devo dizer que Fábio Moura é o Narrador definitivo pra mim. Ponto final.
Em relação à tradução, é com muita alegria que anuncio que pela PRIMEIRA VEZ EM ANOS VI UM EPISÓDIO DUBLADO SEM ERRO DE TRADUÇÃO. E não foi só em um episódio, mas em TODOS que eu assisti até agora. NENHUM erro de tradução. Sério. Sério. Eu simplesmente sonho com esse dia há anos e ele finalmente chegou! Isso graças ao tradutor que passou a assumir os textos da série no lugar de Elaine Pagano: Ivan Silva. Seu texto é fluído, bem traduzido e muito preciso. Você pode achar que não foi uma boa ideia traduzir Prof. Sycamore para Prof. Sicômoro, mas está há anos aí falando Prof. Carvalho e Bulbassauro. A propósito, melhor ouvir os dubladores falando Sicômoro do que ouvir pronúncias erradas de Sycamore. O lance aqui é pura questão de costume e Ivan Silva já tem meus parabéns por tornar um sonho realidade! Que fique no anime nos próximos muitos anos que estão por vir! Ah, os golpes vão continuar com os mesmos nomes usados na temporada anterior e que estão sendo usados no mangá Pokémon: Black & White, então não há absolutamente nada que se possa culpar o tradutor da Centauro aqui. Mas, ei, pelo menos isso garante uma padronização que nunca tivemos antes!
Márcia Regina sempre teve um lugar muito especial para Pokémon em seu coração. Ela nunca escondeu sua paixão pela Misty e é uma Pokéshipper declarada, então tem todo o meu respeito e admiração eterna. E embora sua direção pende muito mais para um número de acertos grandes, ainda não é livre de erros. A palavra Kanto tem sido um problema desde a temporada passada. Tradicionalmente lida como se escreve no Brasil, eles começaram a usar uma pronúncia diferente: "kento", seguindo o modelo americano. Parece ser outra imposição do cliente, mas o problema é que tem havido uma inconsistência nessa área. Fábio Lucindo falou "kanto" e "kento" em momentos diferentes e, dizem, que ambas as pronúncias ocorreram até dentro de um mesmo episódio, então isso é algo a que um diretor deve prestar atenção. Também seria bom que ela ajudasse Jussara Marques a melhorar seu trabalho como Bonnie porque é uma pena ver a criancinha mais linda dos últimos anos não receber uma voz que lhe faça justiça - e eu de verdade acredito que Jussara consegue!
Uma coisa que certamente pode ser um incômodo - e foi particularmente pra mim em "Kalos, Onde Sonhos e Aventuras Começam!" - é o trabalho da TPCi com as escolhas da BGM da versão ocidental do anime. Embora tenha feito um esforço para manter as músicas de fundo originais na maior parte de Diamante & Pérola e Preto & Branco - algo que eles haviam prometido aos fãs na época que o anime saiu das garras da 4Kids -, as BGMs do primeiro episódio foram quase todas trocadas e isso já é um péssimo sinal. Some a isso o fato de TODAS as BGMs originais de Pokémon - O Filme: Diancie e o Casulo da Destruição terem sido substituídas - algo que não era feito desde Pokémon 3!!!! - e você quase tem vontade de ir para as ruas protestar pedindo a volta da 4Kids. Também não achei as vozes americanas dos Pokémon muito boas.
A The Pokémon Company International pode te irritar com o trabalho não só preguiçoso, mas também barato que vem realizando - não considero reciclar a abertura original um mérito e é um pecado cortarem as sequências dos títulos individuais de cada personagem - e certamente pode te fazer infeliz ao comparar e constatar o quão inferior o anime fica depois do trato "especial" que recebe em terras americanas e a dublagem da Centauro também apresenta seus próprios defeitos a superar. Porém, a versão brasileira de Pokémon - A Série XY certamente tem muito mais pelo que comemorar do que lamentar e demonstra uma melhora notável em comparação a anos anteriores. Se conseguir ignorar os defeitos e focar nos muitos aspectos positivos, vai conseguir curtir as aventuras de Ash e cia na região de Kalos dubladinho sem problemas!
E, a propósito, a terceira temporada de Pokémon - Preto & Branco e Pokémon - O Filme: Genesect e a Lenda Revelada já estão disponíveis no Netflix!
Tabela de Batalhas - Ash 3.0
Com a recente vitória de Ash no Ginásio de Coumarine, o Guia de Batalhas do personagem foi atualizado com as conquistas mais recentes de seus Pokémon e você pode conferir os novos resultados clicando aqui. Como consequência, meu fiel colaborador Raco me ajudou na atualização da Tabela e tivemos uma surpresa inesperada!
Sim, meus caros! GOOMY ESTÁ NO TOPO! O DRAGÃO MAIS FRACO DE TODOS É SIMPLESMENTE O POKÉMON MAIS FORTE DO ASH! ÚNICO COM 100% DE VITÓRIA!!
É claro que tal resultado inusitado se explica somente pelo fato de o Pokémon ainda não ter tido uma batalha real até a data de fechamento do Guia - essa vitória conta como sua participação no confronto contra a Equipe Rocket em seu episódio de estreia -, mas à medida que ele for ganhando mais destaque, é esperado que um resultado mais equilibrado seja alcançado. Apenas duas vitórias a mais fizeram Fletchinder saltar da 29ª para a 17ª posição. Frogadier, Hawlucha e Pikachu caíram uma posição - por consequência de Goomy ocupar o 1º lugar. Ainda que seja um resultado temporário e super consequência de pouquíssimo tempo de cena, não pudemos deixar de achar divertida a ironia de o dragãozinho ocupar o topo da lista.
E aí, o que acharam?
Desculpe a pobreza de imagens, mas este post nem era pra ser feito! Era só pra ser um comentário breve e eu acabei exagerando XD
Atualização: Raco e eu fizemos algumas alterações de última hora para acrescentar um critério de desempate baseado em três categorias:
1º - Número de vitórias
2º - Número de batalhas
3º - Número de vitórias contra Líderes de Ginásio, Cérebros da Fronteira, em Ligas e em competições importantes
Atualização: Raco e eu fizemos algumas alterações de última hora para acrescentar um critério de desempate baseado em três categorias:
1º - Número de vitórias
2º - Número de batalhas
3º - Número de vitórias contra Líderes de Ginásio, Cérebros da Fronteira, em Ligas e em competições importantes