segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Sir Charithoughts SPECIAL - Pokémon: Red Green Blue #1

Pokémon: Red Green Blue #1

Em 2016, Pokémon completou 20 anos e, de muitas formas, essa data foi celebrada de forma gloriosa: Pokémon Red, Blue e Yellow foram relançados para o Nintendo 3DS, Pokémon Go chegou fazendo barulho, Pokémon míticos foram distribuídos o ano todo, a Pokémon TV começou a disponibilizar gratuitamente episódios inéditos da série antes do Cartoon Network no Brasil (com as novas vozes T-T), Pokémon Sun & Moon foram lançados, iniciando a VII Geração de forma espetacular, a TPCI lançou a animação para YouTube Pokémon Generations, aprofundando a mitologia de cada geração de jogos com uma proposta diferente da série animada tradicional, tivemos anúncio de filme live-action da franquia produzido pela Legendary Pictures inspirado em Detective Pikachu (que foi completamente esquecido no churrasco), entre tantas outras coisas. E no meio de tudo isso, a Panini Comics finalmente lançou no Brasil, no dia 10 de outubro de 2016, após anos de espera, a primeira edição de Pocket Monsters SPECIAL, batizada por aqui de Pokémon: Red Green Blue #1.
A Essência Original
(Re)Ler Pokémon: Red Green Blue hoje é, de muitas formas, revisitar a criação de Satoshi Tajiri talvez na sua forma mais pura e conhecer o que mais se aproxima de sua visão para os monstros de bolso. Lançado em algum momento no começo de 1997 - o fato de não se achar a data da publicação da primeira história no Japão diz muito sobre como a franquia ainda não tinha a importância que possui hoje -, Pocket Monsters SPECIAL era apenas a segunda adaptação dos jogos de Satoshi Tajiri. Com a primeira sendo um mangá nonsense demais para ser levado a sério (o Pocket Monsters) e o anime ainda para ser lançado, tudo o que o roteirista Hidenori Kusaka e a artista Mako tinham para começar a compor a sua história eram os três jogos Red, Green e Blue e as artes oficiais de Ken Sugimori e cia. Assim sendo, Kusaka e Mato foram os responsáveis por apresentar o mundo Pokémon como ele foi criado pra ser.
E a criação de Tajiri está muito bem representada. A região de Kanto - que na época ainda nem tinha nome, vejam só! - é transposta para as páginas do mangá de forma fiel e ainda assim coerente. No traço de Mato, estão representadas as casinhas quadradas e os prédios retangulares de arquitetura simples, as cidades rudimentares que se erguem em meio a extensos cenários bucólicos, as cavernas pedregosas e até as diferentes classes de Treinadores apresentadas pelos jogos. Os monstros de bolso são outro trabalho excepcional à parte. Mato conseguiu imprimir a eles tanto o lado ameaçador quanto o carismático e adorável. Um exemplo perfeito disso é a transição da Kangaskhan que Blue (Green na versão japonesa) enfrenta no capítulo "VS Kangaskhan", que passa de ameaça à vítima facilmente. É assim também que ela consegue mostrar Charmander tão vulnerável quanto agressivo em batalha ao atacar - ela o desenha de forma bem reptiliana e ainda inclui as corcovas que faziam parte do seu visual original e que foram eventualmente removidas possivelmente para deixá-lo mais fofo). Além do mais, assim como nos jogos, o objetivo primário de Red é registrar os dados dos Pokémon na Pokédex, uma tarefa levada tão a sério pelos autores que até ganha uma parte especial no apêndice dos volumes desta saga.
A fidelidade à ideia de Satoshi Tajiri também pode ser observada nas expressões do próprio Red. Diferente dos protagonistas felizinhos ou inexpressivos que se sucederam ao longo dos anos - né Sun & Moon?, o protagonista dos jogos originais da série era sempre desenhado com uma expressão fechada ou carrancuda. Portanto, o Red de Kusaka e Mato é um rapaz de personalidade bastante difícil: marrento, convencido, impaciente, atrevido e até malicioso. Porém, tais traços negativos são equilibrados com sua compreensão dos sentimentos dos Pokémon e sua compaixão pelas pessoas e Pokémon ao seu redor. Diferente do protagonista dos jogos e de outras adaptações, o Red de Pokémon: Red Green Blue não é um Treinador iniciante, mas apresentado logo de cara como um garoto talentoso, que entende o bastante de batalhas. Enquanto a maioria das histórias começa com o Treinador indo buscar seu primeiro Pokémon, somos apresentados a Red ensinando crianças mais novas que ele como pegar monstros. Além disso, ele já é introduzido na história possuindo um Pokémon de segundo estágio: Poliwhirl.
Red e Green Blue
Apesar de se manter mais fiel aos jogos em termos de tom e arte, Kusaka mudou alguns pontos-chaves da trama de Pokémon Red & Blue, em especial a dinâmica entre Red, Blue e o Professor Carvalho. Enquanto nos jogos, assim como no anime, os protagonistas são esperados para irem pegar seu Pokémon Inicial e sua Pokédex ao completarem certa idade (11 nos jogos, 10 no anime), no mangá nada disso existe inicialmente. Red e o professor não se conheciam e a razão de Red querer uma Pokédex é para aprender mais sobre os Pokémon e assim ficar mais forte. Enquanto tanto nos jogos quanto em demais adaptações, o protagonista e o rival se conheciam desde a infância, em Pokémon: Red Green Blue seus caminhos se cruzam pela primeira vez logo no primeiro capítulo, "VS Mew". Da mesma forma, Professor Carvalho e Red nunca haviam se encontrado até o garoto invadir o seu laboratório, interessado em encontrar um jeito de ficar mais forte após perder para Mew.
A escolha de Kusaka de não colocar o renomado pesquisador e o protagonista como velhos conhecidos torna o gesto de entregar a Pokédex mais que um velho arranjo ou um favor, mas um reconhecimento das qualidades de Red acima de seus defeitos mais evidentes. É também legal ver como o Treinador está de fato empenhado em completar sua missão, mostrando que ele possui um senso de gratidão bacana.
Já a relação Red e Blue não difere muito de como foi interpretada em outras mídias, exceto que o autor se preocupa mais em justificar a força do rival. Sua vantagem se dá, principalmente, em razão do seu treinamento pré-jornada. Além disso, seu Charmander - que aparece evoluído em Charmeleon já no capítulo 5 "VS Onix" - parece estar bem acima do nível dos Pokémon de Red, sendo capaz de confrontar Mew, vencer a maioria dos oponentes num golpe só, mesmo quando em desvantagem de tipo (como o próprio Poliwhirl de Red e os Pokémon do Ginásio de Pewter) e ainda dilacerar o Arbok de Koga na Torre Pokémon. Assim como nas outras mídias, Blue também é um rival arrogante que aproveita todas as brechas para expressar seu desprezo por Red, mesmo após ver que o Treinador ganhou o reconhecimento de seu avô.

Ainda assim, há um cuidado para não deixar a rivalidade muito desequilibrada. Se Blue é capaz de avaliar a força de Mew e saber quando parar, Red é apto a perceber a sutileza por trás da razão de Kangaskhan para não atacar e até diagnosticar o problema. Ambos também são os únicos a chegarem a Brock no torneio do Ginásio de Pewter e apesar de ser Blue o responsável por acabar com os planos de Koga na Torre Pokémon, é Red quem o tira do transe de Gastly pra começo de conversa. Dessa forma, mesmo sem colocá-los em confronto direto, Kusaka consegue mostrar as aptidões e limitações de ambos os Treinadores e até enviar a mensagem que, apesar de opostos, eles se completam.

Líderes de Ginásio e a Equipe Rocket
Antes de Pokémon Black & White Versions, os Líderes de Ginásio, apesar de toda a importância que possuíam, exerciam muito pouco impacto nas tramas dos jogos. Serviam apenas como testadores de poder e distribuidores de Insígnias. Nada mais. Talvez seja nesse campo que Kusaka tenha dado sua maior contribuição à franquia. Desde este primeiro volume, o roteirista já estabelece que Giovanni não é o único Líder afiliado à Equipe Rocket. É uma decisão que, se parar pra pensar, faz muito sentido. Afinal, se um Líder é corruptível por que não os outros? Kusaka ainda os coloca como Comandantes dentro da equipe, muuuuito antes dos jogos criarem a classe de personagem Admin, na III Geração.
Dessa forma, tanto Koga quanto Ten. Surge conseguem ser apresentados como vilões de maneira bem-sucedida - este já escancarado e aquele ainda como mistério no capítulo "VS Rhydon". Além disso, Kusaka pega elementos da organização criminosa que são jogados de forma superficial nos jogos e lhes dá uma importância maior no material impresso. Em "VS Mew", os vemos perseguindo o Pokémon lendário, em "VS Gyarados", aprendemos sobre os experimentos que a Equipe Rocket vem realizando em Pokémon roubados, em "VS Rhydon", vemos que eles desenvolveram um soro capaz de forçar a evolução dos Pokémon (a evolução forçada dos Pokémon viria a ser parte da trama principal dos vilões em Pokémon Gold & Silver Versions veja só!) e em "VS Electabuzz" descobrimos como o transporte dos Pokémon roubados era realizado.
Uma divergência curiosa em relação aos jogos é a missão da Montanha da Lua. Enquanto nos jogos, o propósito da Equipe Rocket era obter os fósseis para seus negócios ilícitos, seu objetivo no mangá é o de obter a Pedra da Lua. Considerando que Giovanni possui um Nidoking e uma Nidoqueen no seu time, será que ele queria a Pedra da Lua para uso próprio? Ou simplesmente queria ter um estoque de itens de evolução?
Quanto aos Líderes de Ginásio não criminosos, temos Misty e Brock. Se a vilania de Surge e Koga não nos permite avaliar exatamente a forma como os Ginásios funcionavam de verdade, os dois primeiros Líderes não ajudam muito também. A impressão que passa é que Kusaka não tinha uma ideia muito claro de como os Ginásios deveriam funcionar para receber os Treinadores Pokémon. A própria ideia de Treinador Pokémon ainda parece muito algo pouco difundida dentro da região de Kanto no mangá. Ao longo da jornada de Red, os únicos Treinadores que vemos são os próprios Líderes de Ginásio, Blue e os competidores do Ginásio de Pewter (talvez dê pra considerar o Pegador de Insetos e o Nadador da corrida de bicicletas). Nem mesmo os membros menores da Equipe Rocket parecem possuir Pokémon, já que em quase todos os casos eles são acompanhados pelos Comandantes da Equipe Rocket, que são as pessoas que realmente lutam.
Assim sendo, Brock tem a liberdade de só permitir desafiantes que vencerem os minitorneios que organiza regularmente e Misty não parece ter nenhum critério específico. Ainda assim, ambos ainda são apresentados como Treinadores poderosos. Misty pode não ter sido capaz de vencer o próprio Gyarados que treinara e é verdade que ele foi levado pela Equipe Rocket, mas ela provavelmente merece algum reconhecimento por tê-lo treinado inicialmente. E mesmo tendo perdido contra Koga na Montanha da Lua, ela ainda foi capaz de vencer Red no Ginásio, mesmo em clara desvantagem de tipo.
Além disso, enquanto o Brock do mangá é fiel ao Brock nos jogos no sentido de que ambos são sérios, de poucas palavras e que levam a sério seu treinamento Pokémon, a Misty de Pokémon: Red Green Blue difere sensivelmente tanto da sua personalidade nos jogos quanto da sua contraparte do anime. Tanto nos jogos quanto no anime, Misty é descrita como sendo uma tomboy, uma maria-rapaz em bom português. Isso quer dizer que ela possui um comportamento e até um estilo de moda que rementem mais àquilo que é considerado próprio do sexo masculino, como uma forte competitividade e forte envolvimento com atividades físicas. Enquanto tanto a Misty dos jogos quanto a do anime parecem estar em sintonia com isso, a Misty de Pocket Monstes Special se mantém fiel a isso apenas no modo de se vestir.
Kusaka escreve Misty como uma garota bem mais sensível, contida e centrada. Isso é reforçado pelo fato de ela ser rica, viver numa mansão, possuir diversas empregadas e até trajar um vestido durante o jantar chique em sua casa. Mesmo quando se irrita com Red e o ofende, ela se retira claramente magoada, algo difícil de imaginar a Misty do anime ou dos jogos fazendo. Ainda assim, ela é uma Treinadora corajosa, determinada e madura, o que adiciona multidimensionalidade à sua personalidade.

Red e os Pokémon
Um elemento interessante do mangá é o tratamento dado a Red e seus Pokémon. É interessante notar que apesar de capturar diversos Pokémon antes mesmo de partir na jornada pra completar a Pokédex, o Treinador parecia tratar como parceiro somente aquele que estivera com ele por grande parte de sua vida: Poliwhirl. O Nidorino que ele pega no começo do primeiro capítulo "VS Mew", por exemplo, acaba sendo completamente ignorado, mesmo sendo uma opção viável contra Brock. Embora esse deva ser só um elemento narrativo para apresentar Red como alguém já experiente, mas possuindo um time aberto o bastante para deixar o leitor curioso por sua próxima captura, tal escolha acaba aumentando a importância que Bulbasaur e Pikachu possuem para ele.
Dessa forma, Kusaka faz das duas capturas eventos de grande importância, em que Red precisa usar seu carisma e entendimento dos seus sentimentos para conquistá-los, seja transmitindo conforto ao assustado Bulbasaur ou mostrando a Pikachu que ele se importava de verdade ele.
O fato de tanto o mangá quanto o anime, lançados em datas tão próximas no Japão, já trazerem o rato elétrico em destaque deve ser uma indicação forte do quão popular ele se tornou num espaço de tempo muito curto entre os japoneses. Mais curioso ainda é que, tanto anime quanto este mangá apresentaram um Pikachu teimoso que se recusa a obedecer seu Treinador. Além de Pokémon SPECIAL, o famoso Pokémon ainda estrelou os mangás Magical Pokémon Journey, Get Pokémon, Pokémon Gold & Silver: The Golden Boys, Pokémon Zensho, o clássico Pocket Monsters e as adaptações do anime As Aventuras Elétricas do Pikachu e Ash & Pikachu. Se tal escolha era imposição da Pokémon Company ou apenas uma vontade muito grande dos roteiristas de escreverem Pikachu fica no ar. Devo dizer que gosto de como, apesar de ao final se render a Red, seu Pikachu mantém seu gênio ruim por mais tempo que o Pikachu de Ash.
Outra diferença que traz um impacto diferenciado na jornada de Red é sua ausência de companheiros de viagem humanos, o que acaba abrindo ainda mais espaço para interações do garoto com seus próprios Pokémon. É adorável ver o Treinador chegando a Vermilion e tirando seus monstros das Pokébolas para mostrar-lhes a praia pela primeira vez. Mato capricha de forma particular tanto na fofura das cenas que englobam Red e seu time juntos como também nas trocas de olhares, tão singelas, mas tão significativas, entre eles. Mesmo que Red não tenha tantos momentos grandiosos ou épicos para provar seu amor pelos seus Pokémon, como Ash, ainda há uma cumplicidade visível entre eles.
Por conta disso, é uma grande perda que a versão brasileira do mangá tenha optado por seguir a versão americana e não usar os apelidos, como na versão japonesa. Dar nome a seu Pokémon é uma forma básica de destacá-lo, torná-lo particular, e Red batizava todos os seus Pokémon com formas curtas dos nomes de suas espécies, como Poli para Poliwhirl, Saur para Bulbasaur e Pika para Pikachu, como se fossem apelidos mesmo. Enquanto isso sempre foi um fato na versão japonesa, a versão americana só começou a usar o apelido do Pikachu a partir do Volume 4 (início da fase Yellow) e dos demais a partir do 9! Como a Panini usa a versão japonesa do mangá, mas usa os nomes conforme a versão americana, resta saber se eles seguirão a Viz Media nessa escolha ou se a decisão de não usar os apelidos é definitiva (afinal, eles não seguiram os americanos nos apelidos dos Pokémon de Black & White). E já que entramos nesse mérito…

Versão brasileira
A edição da Panini segue a mesma qualidade já apresentada no trabalho com Pokémon: Black & White, com Bruno Zago e Fernando Mucioli retornando às suas funções de editor e tradutor, respectivamente. O trabalho com a capa merece destaque: além de a arte da capa estar colorida de forma belíssima, a ilustração da Pokébola ao fundo vermelho só deixou ela ainda mais bonita! Dá pra dizer facilmente que é uma das mais bonitas já feitas para este volume (particularmente, é a minha favorita). E é sempre bom lembrar o quão maravilhoso que é o fato de que é a versão japonesa que está sendo trabalhada por aqui. Todavia, existem alguns pontos questionáveis em algumas decisões tomadas pela equipe na hora da adaptação.
A primeira delas certamente está no nome do rival de Red: Blue. Todos vocês já devem saber disso, mas vale lembrar que no Japão, o rival se chama Green. Porém, em praticamente todas as edições lançadas fora do Japão, inclusive outras mídias, como os jogos e Pokémon: Origins, o personagem é chamado de Blue. Isso ocorre porque enquanto no Japão, a franquia foi iniciada com Pokémon Red & Green Versions, no restante do mundo foi com Pokémon Red & Blue Versions. Como a Panini batizou o mangá de Pokémon: Red Green Blue, está usando como base a versão japonesa e não existe material oficial em português com o rival sendo chamado de Blue no Brasil, muitos - inclusive este que vos fala - foram levados a crer que ele seria chamado pelo nome japonês. Ledo engano.
O estranho nessa história é a decisão da Panini de usar os nomes Red Green Blue, nesta ordem, no título da versão brasileira, quando Red e Blue são os primeiros protagonistas apresentados. Será que em algum momento cogitou-se chamar Blue de Green, mas a Pokémon Company exigiu a alteração? Mas se serve de consolo, o título como está dá à maravilhosa Green rainha das Pokébola toda mais importância do que talvez os próprios criadores do mangá intencionaram que ela tivesse.
Um grande alívio foi ver o Professor Carvalho tendo seu nome brasileiro mantido, conforme a tradição porque eu não ia aguentar outra Poké Ball. Porém, foi bastante estranho ver o Tenente Surge sendo chamado de Lt. Surge. Lt. não é parte do nome do personagem, mas sim uma abreviação para lieutenant, a patente de Surge no exército, em inglês. No Brasil, devia ser Tenente cuja abreviação é Ten. - conforme a versão brasileira do anime. Deixar Lt. Surge no original ficou estranho e faz parecer como se Lt. fosse seu nome e não o que realmente é. Uma outra decisão curiosa foi a de traduzir o nome do navio SS Anne.
Na versão japonesa, a famosa embarcação se chama St. Anne - assim como no anime - e a versão ocidental dos jogos sempre trabalhou com o nome SS Anne. Foi portanto bastante curioso ver a embarcação ser rebatizada de St. Ana, mas de forma alguma considero isso um defeito (exceto, talvez, pela abreviação correta de Santa ser Sta. e não só St.).
Em termos de tradução, a edição sai quase impecável, exceto por um pequeno detalhe na página 177, em que o Senhor Fuji conta que conheceu Blue "logo depois que o Doduo morreu". Só que a foto mostra claramente Blue junto de Fuji E Doduo. Então, se quando o Treinador apareceu a ave já havia falecido, como essa foto foi tirada? Empalharam o Doduo para a ocasião tão especial antes de enterrá-lo? O correto seria que Blue apareceu em Lavender pouco antes de o Pokémon falecer. E nunca vou superar o fato de que Hydro Pump agora é oficialmente Jato d'Água…

Veredicto
Toda vez que eu pego minha edição brasileira de Pokémon: Red Green Blue eu fico feliz. É uma história que eu já li diversas vezes, mas é a primeira que eu posso ler, fisicamente, na minha língua materna. É a realização de um sonho que tenho comigo há anos. Apesar de escolhas ora estranhas ora frustrantes, a edição da Panini ainda está numa qualidade ótima e merece ser reconhecida como tal. A tristeza vai ser ter que esperar dois meses por cada volume! Nesse ritmo, serão mais dois anos e meio de espera pra saga Ruby & Sapphire (a partir de onde eu não li) e mais SETE anos para terminarmos HeartGold & SoulSilver e chegar no ponto que começou por aqui! Isso se não tivermos mais intervalos enormes entre uma saga e outra, como foi a de Black & White para Red Green Blue. Céus, era pra terminar esse charithought num tom positivo…
Panini, me socorre né!

Considerações finais:
  • Um escritor que demora mais de dois meses pra fazer a review pode reclamar da demora da editora de dois meses para entregar o mangá?
  • A culpa de o público brasileiro estar tão acostumado de chamar Blue e Green pelos nomes japoneses é totalmente da equipe da PSBR!!!!!! Para quem não sabe ou já esqueceu, esse scanlator maravilhoso foi o responsável por traduzir, editar e lançar o mangá primeiro para o público geral aqui no Brasil de forma regular e totalmente de graça! Um abraço pra equipe ♥

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