Ajustando-se às mudanças
Mudar não é fácil. Ter que se deslocar do seu local de conforto para encarar o desconhecido é frequentemente doloroso e pode, com razão, causar medo, frustração, angústia e, claro, saudade. Ainda assim, mudanças muitas vezes são necessárias e ajustar-se a elas torna-se parte fundamental do processo. Quando se trata de franquias de longa data, mudanças provam-se um desafio imenso porque enquanto os fãs querem ser surpreendidos, eles resistem a mudanças drásticas, especialmente se elas afetam diretamente aquilo que eles amavam.
Quando Pokémon Sun & Moon foram lançados, o elemento jornada englobando capturas e batalhas Pokémon estava intacto. Porém, a troca dos Ginásios pelo Desafio da Ilha gerou diversas reações: uns amaram e nem sentiram falta da busca por Insígnias, outros ficaram revoltados, não se satisfazendo com as provas diversificadas dos Capitães e Kahunas. Na época em que os Capitães e Kahunas foram revelados, não havia tanto questionamento sobre como o anime lidaria com isso porque era só uma questão de tratar cada Kahuna e Capitão como um Líder de Ginásio um pouco diferenciado, bem ao estilo da Equipe Laranja da Liga Laranja. Além disso, em Advanced Generation já havíamos visto os Cérebros da Fronteira recebendo esse mesmo tratamento, como Líderes de Ginásio de elite.
Como discutido no texto anterior, o fim da jornada Pokémon significou o fim de muita coisa que sempre foi garantida nas sagas anteriores do anime e também abriu espaço para todo um novo estilo de história que nunca nos foi contado. Enquanto assistia a esses episódios e vi a primeira aparição da Oficial Jenny de Alola no anime, me dei conta de que ninguém estava dando a explicação periódica de que todas as Enfermeiras Joy e Oficiais Jenny são parecidas. Só então percebi que essa explicação não deve vir tão cedo porque pelas próximas semanas, veremos a mesma Joy e a mesma Jenny. E esse é o tipo de estranheza inicial pela qual podemos esperar, mas que é combatida por um simples processo de ajustamento. O maior medo que os fãs de Pokémon parecem compartilhar diante de Sun & Moon é a falta de perspectiva sobre o futuro, o não saber pelo que esperar. De fato, incertezas são assustadoras e se Ash não tem um objetivo claro, por qual motivo vamos assistir às suas empreitadas semanais?
Narrativa em construção
Enquanto os episódios sobre os quais falarei neste texto não nos dão uma resposta sobre o longo prazo, eles certamente nos dão uma ideia de que há algo sim pelo que ansiar. Nesses cinco episódios, uma luz é lançada sobre dois personagens que já conhecíamos, mas que recebem novas camadas em seus episódios-título: Litten e Lillie. O Inicial de Fogo aparecia como um dos Pokémon selvagens que perambulam ao redor de Alola. Ver sua história ganhando contorno foi maravilhoso não apenas por nos dar uma ideia mais clara de quem ele é ou do porquê ele faz o que faz, mas porque o anime se preocupou mais em estabelecê-lo como personagem do que em torná-lo um Pokémon para o Ash capturar.
Por outro lado, a estudante da Escola Pokémon sempre me preocupou. Lillie é a grande protagonista dos jogos e sua história é certamente a mais interessante já contada - desculpa, N - e quanto vi suas primeiras cenas no anime, achei que talvez todo aquele trabalho magnífico que a Game Freak realizara pela menina nos jogos seria arruinado no anime com uma simplificação desnecessária para evitar abordar os aspectos mais sérios da trama - tal qual Best Wishes! evitando os de Pokémon Black & White Versions. Enquanto a Lillie do anime certamente não é uma fugitiva da Fundação Aether buscando asilo com o Professor Kukui, ela tem seus próprios segredos e mistérios: qual foi o incidente da outra mansão que fez com que ela ficasse com pavor de Pokémon? Por que ela foi enviada para Melemele para morar sozinha com os empregados? Onde estão sua mãe e irmão? Essas questões podem não justificar assistir a todo o anime, mas nos deixam intrigados pelos indivíduos que compõem essa história, o que pra mim é mais que o suficiente.
Outro ponto positivo de ambos os episódios é que, ao final deles, não há uma solução para nenhum dos problemas: Litten continua sendo um andarilho do mercado que não confia em humanos e Lillie apenas consegue tocar o ovo recebido do Diretor Carvalho. Deixar ambas as tramas em aberto nos encoraja a acreditar que haverá mais para ambos os personagens a ser tanto mostrado quanto trabalhado no futuro, nos dando um conforto de que ainda estamos falando de um anime que aprendeu a respeitar sua própria continuidade e a desenvolver suas tramas.
Também é notável ver como a Equipe Rocket tornou-se altamente dispensável para criar os conflitos dos episódios. Se tem algo pelo que devemos agradecer a existência de Best Wishes! é a audácia de ter rebaixado o trio Rocket a participações recorrentes. Em Sun & Moon os roteiristas estão claramente confortáveis em deixar os vilões aparecendo apenas para gerar o humor, enquanto outros assumem o antagonismo do dia. O mais legal é que em três desses cinco episódios os antagonistas foram outros Pokémon: Persian Alola, Salandit e Rattata e Raticate Alola!
A escolha é perfeita para uma região que faz tanta questão de enfatizar o aspecto selvagem e predatório de seus monstros na sua Pokédex regional. E ainda assim, apenas no caso de Persian podemos considerar que se tratou de um vilão de verdade. Salandit é apenas um Pokémon selvagem caçando um ovo para o jantar (ainda que o anime em momento algum deixe claro que ele ia comer o ovo, acho que dá pra presumir com segurança que esse era o propósito). Já os Rattata e Raticate Alola serviram para ilustrar um clássico exemplo de controle de praga e vai de encontro às descrições da Pokédex da relação antagonista entre os roedores e Yungoos e Gumshoos.
O Desafio da Ilha
O Desafio da Ilha também faz sua estreia aqui, de forma beeeem menos cerimoniosa que nos jogos. Toda a parte do desafio como um rito de passagem pelo qual as crianças (ou pré-adolescentes?) de Alola são encorajadas a participar é ignorado por uma série de tarefas que parece ter como objetivo principal a obtenção de Cristais-Z apenas - e talvez o reconhecimento do deus guardião da ilha. Pela falta de interesse de Mallow, Lana e Sophocles nos tais cristais ou até mesmo no desafio, o anime parece indicar que os três terão suas funções individuais (cozinheira, pescadora e inventor, no caso) priorizadas em vez de seu lado Treinador.
Todavia, o anime mantém a separação entre as provas e as grande provas, com a diferença de que ambas são conduzidas pelo Kahuna da ilha - afinal, não existem Capitães nesta Alola. Além disso, enquanto o foco nos jogos é realmente se tornar um Treinador mais forte - o que é a causa da frustração de personagens como Guzma -, o anime deu ao desafio um propósito um pouco mais nobre, mas ainda alinhado com o espírito de Alola: fazer com que os jovens de Alola protegessem e amassem não apenas as ilhas em si, mas também as pessoas e os Pokémon que nelas habitam. Para cumprir essa função, o que antes era uma prova que se resumia a caçar e derrotar o Pokémon Totem, ganha um propósito de ajudar a solucionar problemas que assolam a população local.
É interessante ver que enquanto o Desafio da Ilha foi bem adaptado e bem executado dentro da proposta do anime, ele permanece com importância bem reduzida, servindo apenas como um meio de Ash para chegar a Tapu Koko. Enquanto a fascinação do deus guardião por Ash continua sendo o elo fraco desta série - justamente pelo Palletiano ter feito absolutamente nada demais até agora além de exibir sua grande determinação, otimismo e imprevisibilidade (algo que eu sinceramente esperaria de qualquer criança impulsiva e não de alguém especial) -, é impossível não ficar curioso pra saber que história Aya Matsui está querendo contar sobre esses dois. Com o Elétrium-Z, Ash tem a esperança de poder usar a Devastação Gigavolt (Gigavolt Havoc) com sucesso desta vez na luta contra o deus guardião, mas duvido que as coisas sejam tão fáceis assim. Agora, quanto tempo até Olivia, Nanu e Hapu serem apresentados e se o protagonista terá um motivo diferente para enfrentar cada um deles é uma questão que temos que aguardar pelas respostas.
Avaliações individuais:
SM006/ Episódio 950 - Chispada Elétrica Togedemaru!
Mudar não é fácil. Ter que se deslocar do seu local de conforto para encarar o desconhecido é frequentemente doloroso e pode, com razão, causar medo, frustração, angústia e, claro, saudade. Ainda assim, mudanças muitas vezes são necessárias e ajustar-se a elas torna-se parte fundamental do processo. Quando se trata de franquias de longa data, mudanças provam-se um desafio imenso porque enquanto os fãs querem ser surpreendidos, eles resistem a mudanças drásticas, especialmente se elas afetam diretamente aquilo que eles amavam.
Quando Pokémon Sun & Moon foram lançados, o elemento jornada englobando capturas e batalhas Pokémon estava intacto. Porém, a troca dos Ginásios pelo Desafio da Ilha gerou diversas reações: uns amaram e nem sentiram falta da busca por Insígnias, outros ficaram revoltados, não se satisfazendo com as provas diversificadas dos Capitães e Kahunas. Na época em que os Capitães e Kahunas foram revelados, não havia tanto questionamento sobre como o anime lidaria com isso porque era só uma questão de tratar cada Kahuna e Capitão como um Líder de Ginásio um pouco diferenciado, bem ao estilo da Equipe Laranja da Liga Laranja. Além disso, em Advanced Generation já havíamos visto os Cérebros da Fronteira recebendo esse mesmo tratamento, como Líderes de Ginásio de elite.
Como discutido no texto anterior, o fim da jornada Pokémon significou o fim de muita coisa que sempre foi garantida nas sagas anteriores do anime e também abriu espaço para todo um novo estilo de história que nunca nos foi contado. Enquanto assistia a esses episódios e vi a primeira aparição da Oficial Jenny de Alola no anime, me dei conta de que ninguém estava dando a explicação periódica de que todas as Enfermeiras Joy e Oficiais Jenny são parecidas. Só então percebi que essa explicação não deve vir tão cedo porque pelas próximas semanas, veremos a mesma Joy e a mesma Jenny. E esse é o tipo de estranheza inicial pela qual podemos esperar, mas que é combatida por um simples processo de ajustamento. O maior medo que os fãs de Pokémon parecem compartilhar diante de Sun & Moon é a falta de perspectiva sobre o futuro, o não saber pelo que esperar. De fato, incertezas são assustadoras e se Ash não tem um objetivo claro, por qual motivo vamos assistir às suas empreitadas semanais?
Narrativa em construção
Enquanto os episódios sobre os quais falarei neste texto não nos dão uma resposta sobre o longo prazo, eles certamente nos dão uma ideia de que há algo sim pelo que ansiar. Nesses cinco episódios, uma luz é lançada sobre dois personagens que já conhecíamos, mas que recebem novas camadas em seus episódios-título: Litten e Lillie. O Inicial de Fogo aparecia como um dos Pokémon selvagens que perambulam ao redor de Alola. Ver sua história ganhando contorno foi maravilhoso não apenas por nos dar uma ideia mais clara de quem ele é ou do porquê ele faz o que faz, mas porque o anime se preocupou mais em estabelecê-lo como personagem do que em torná-lo um Pokémon para o Ash capturar.
Por outro lado, a estudante da Escola Pokémon sempre me preocupou. Lillie é a grande protagonista dos jogos e sua história é certamente a mais interessante já contada - desculpa, N - e quanto vi suas primeiras cenas no anime, achei que talvez todo aquele trabalho magnífico que a Game Freak realizara pela menina nos jogos seria arruinado no anime com uma simplificação desnecessária para evitar abordar os aspectos mais sérios da trama - tal qual Best Wishes! evitando os de Pokémon Black & White Versions. Enquanto a Lillie do anime certamente não é uma fugitiva da Fundação Aether buscando asilo com o Professor Kukui, ela tem seus próprios segredos e mistérios: qual foi o incidente da outra mansão que fez com que ela ficasse com pavor de Pokémon? Por que ela foi enviada para Melemele para morar sozinha com os empregados? Onde estão sua mãe e irmão? Essas questões podem não justificar assistir a todo o anime, mas nos deixam intrigados pelos indivíduos que compõem essa história, o que pra mim é mais que o suficiente.
Outro ponto positivo de ambos os episódios é que, ao final deles, não há uma solução para nenhum dos problemas: Litten continua sendo um andarilho do mercado que não confia em humanos e Lillie apenas consegue tocar o ovo recebido do Diretor Carvalho. Deixar ambas as tramas em aberto nos encoraja a acreditar que haverá mais para ambos os personagens a ser tanto mostrado quanto trabalhado no futuro, nos dando um conforto de que ainda estamos falando de um anime que aprendeu a respeitar sua própria continuidade e a desenvolver suas tramas.
Também é notável ver como a Equipe Rocket tornou-se altamente dispensável para criar os conflitos dos episódios. Se tem algo pelo que devemos agradecer a existência de Best Wishes! é a audácia de ter rebaixado o trio Rocket a participações recorrentes. Em Sun & Moon os roteiristas estão claramente confortáveis em deixar os vilões aparecendo apenas para gerar o humor, enquanto outros assumem o antagonismo do dia. O mais legal é que em três desses cinco episódios os antagonistas foram outros Pokémon: Persian Alola, Salandit e Rattata e Raticate Alola!
A escolha é perfeita para uma região que faz tanta questão de enfatizar o aspecto selvagem e predatório de seus monstros na sua Pokédex regional. E ainda assim, apenas no caso de Persian podemos considerar que se tratou de um vilão de verdade. Salandit é apenas um Pokémon selvagem caçando um ovo para o jantar (ainda que o anime em momento algum deixe claro que ele ia comer o ovo, acho que dá pra presumir com segurança que esse era o propósito). Já os Rattata e Raticate Alola serviram para ilustrar um clássico exemplo de controle de praga e vai de encontro às descrições da Pokédex da relação antagonista entre os roedores e Yungoos e Gumshoos.
O Desafio da Ilha
O Desafio da Ilha também faz sua estreia aqui, de forma beeeem menos cerimoniosa que nos jogos. Toda a parte do desafio como um rito de passagem pelo qual as crianças (ou pré-adolescentes?) de Alola são encorajadas a participar é ignorado por uma série de tarefas que parece ter como objetivo principal a obtenção de Cristais-Z apenas - e talvez o reconhecimento do deus guardião da ilha. Pela falta de interesse de Mallow, Lana e Sophocles nos tais cristais ou até mesmo no desafio, o anime parece indicar que os três terão suas funções individuais (cozinheira, pescadora e inventor, no caso) priorizadas em vez de seu lado Treinador.
Todavia, o anime mantém a separação entre as provas e as grande provas, com a diferença de que ambas são conduzidas pelo Kahuna da ilha - afinal, não existem Capitães nesta Alola. Além disso, enquanto o foco nos jogos é realmente se tornar um Treinador mais forte - o que é a causa da frustração de personagens como Guzma -, o anime deu ao desafio um propósito um pouco mais nobre, mas ainda alinhado com o espírito de Alola: fazer com que os jovens de Alola protegessem e amassem não apenas as ilhas em si, mas também as pessoas e os Pokémon que nelas habitam. Para cumprir essa função, o que antes era uma prova que se resumia a caçar e derrotar o Pokémon Totem, ganha um propósito de ajudar a solucionar problemas que assolam a população local.
É interessante ver que enquanto o Desafio da Ilha foi bem adaptado e bem executado dentro da proposta do anime, ele permanece com importância bem reduzida, servindo apenas como um meio de Ash para chegar a Tapu Koko. Enquanto a fascinação do deus guardião por Ash continua sendo o elo fraco desta série - justamente pelo Palletiano ter feito absolutamente nada demais até agora além de exibir sua grande determinação, otimismo e imprevisibilidade (algo que eu sinceramente esperaria de qualquer criança impulsiva e não de alguém especial) -, é impossível não ficar curioso pra saber que história Aya Matsui está querendo contar sobre esses dois. Com o Elétrium-Z, Ash tem a esperança de poder usar a Devastação Gigavolt (Gigavolt Havoc) com sucesso desta vez na luta contra o deus guardião, mas duvido que as coisas sejam tão fáceis assim. Agora, quanto tempo até Olivia, Nanu e Hapu serem apresentados e se o protagonista terá um motivo diferente para enfrentar cada um deles é uma questão que temos que aguardar pelas respostas.
Avaliações individuais:
SM006/ Episódio 950 - Chispada Elétrica Togedemaru!
Roteiro: Akemi Omode
Direção de Animação: Takashi Shinohara
Direção de Animação: Takashi Shinohara
O começo deste episódio é um belíssimo exemplo de como a nova rotina de Ash é uma verdadeira caixinha de areia para os roteiristas experimentarem com novas ideias. É uma delícia ver Ash se virando neste dia de folga - fim de semana? - para lavar sua própria roupa e cozinhar. Aliás, como eu amo essa camisa verde que ele usa com o sprite do Surf dos jogos da I Geração e o fato de o Professor Kukui ter aquele monte de jaleco igual sujo e a constatação de que, depois desses anos todos tendo gente pra cozinhar pra ele, Ash não sabe fazer um ovo mexido! Adoro como ele basicamente esvaziou toda a geladeira do professor com tentativas falhas de cozinhar e a cena do vômito é tão zoada que até já virou meme, mas quem saiu prejudicado no episódio foi Sophocles. O título do episódio nos faz acreditar que ele será o destaque junto de sua Togedemaru, mas ele acaba tomando assento secundário e ficando com a parte menos interessante do episódio - a ida ao shopping e o caos gerado pela Equipe Rocket. Omode consegue até extrair um certo humor sugestivo da personalidade do cientista louco - eu adoro ele pedindo pra analisar a Pokédex Rotom com a chave de fenda e carinha perversa! - e há um grande mérito na aparição surpresa de Bewear, mas muito pouco pra apreciar fora isso.
Meu deus, como a Togedemaru é chata! Já voto a favor de ser eleita pior roedor elétrico do anime!
Nota: 3/5
Meu deus, como a Togedemaru é chata! Já voto a favor de ser eleita pior roedor elétrico do anime!
Nota: 3/5
SM007/ Episódio 951 - Litten, o Andarilho do Mercado!
Roteiro: Atsuhiro Tomioka
Direção de Animação: Masayuki Fujita e Saika Saruwatari
Direção de Animação: Masayuki Fujita e Saika Saruwatari
O começo deste episódio, com Ash sendo tapeado por Litten, que por sua vez é em seguida encurralado por Persian Alola, parece ser só mais um exemplo dos japoneses tentando nos alertar sobre a perversidade dos gatinhos fofos indefesos(?) que caminham neste mundo - não é à toa que tantos felinos são do tipo Sombrio! Porém, aos poucos, Tomioka nos mostra quem Litten realmente é e por que ele faz o que faz. De forma eficiente, o roteirista é capaz não apenas de nos dar uma pequena noção do passado do Pokémon (assim como todo bom Pokémon de Fogo, ele parece ter sofrido abusos no passado antes de ser resgatado por Stoutland), como também no mostra de forma eficiente o medo terrível que ele tem de perder seu companheiro já idoso e fraco. O final, com ele e Stoutland se mudando da mansão que habitavam, não apenas reflete bem a personalidade já naturalmente desconfiada e autossuficiente do Pokémon Gato de Fogo como também revela um grande extinto de sobrevivência: afinal, as boas intenções de Ash acabaram comprometendo seu esconderijo, logo ele não podia mais ficar ali. É também admirável que, com Stoutland já tendo aparecido diversas vezes no anime, esta seja a primeira vez que seu extinto protetor ganha alguma atenção no anime (e ainda assim, colocando-o numa posição vulnerável), mesmo ressaltada em quase todas as descrições de Pokédex dos jogos. É também divertido como todo o envolvimento de Ash com Litten é motivado pelo desejo do Treinador de se vingar do Pokémon que lhe roubou seu sanduíche, capturando-o. Ah e eu adorei a senhorinha da feira e como o lance do povo de Alola dividir suas mercadorias com os Pokémon é retomado!
Nota: 5/5
Nota: 5/5
SM008/ Episódio 952 - Quem Vai Cuidar do Ovo?
Roteiro: Akemi Omode
Direção de Animação: Maiko Katsuki e Osamu Murata
Direção de Animação: Maiko Katsuki e Osamu Murata
Se o primeiro episódio de Omode focado em algum personagem de Alola falhou em de fato focar no personagem, este erro certamente não foi cometido aqui - e considerando como Omode era a grande responsável por Serena, talvez o fato de a estrela aqui ser uma menina tenha ajudado. O episódio é bem-sucedido em mostrar como Lillie se importa verdadeiramente com Pokémon, ainda que não seja capaz de tocá-los ou se permitir tocar por eles. A cena em que Ash tenta ajudá-la usando Pikachu, Rowlet e Rotom gera alguns momentos divertidos que exploram bem a individualidade de cada um deles e continuo amando como Mallow é dedicada a ajudar Lillie - espero de verdade que surjam episódios mais focados nas duas no futuro e na sua relação. Também merece mérito a batalha entre Ash e Hobbes! De forma sutil, essa acabou sendo a primeira batalha de verdade em que vimos o Treinador desde que chegou a Alola e é ótimo vendo-o optar por usar Rowlet em vez de Pikachu. A escolha de Oricorio como oponente também foi esperta e nos garantiu já de cara uma troca interessante de estratégias, além de algumas explicações de como funciona o mecanismo de tipo do Pokémon Dançarino. Eu de verdade jurava que o ovo já racharia neste episódio mesmo e que quando a câmera voltasse a Lillie, nos seria revelado que o ovo havia se transformado e ela já estaria segurando o Pokémon que sairia dele, sendo assim curada de todos os seus problemas. Porém, o episódio surpreendeu em não optar pela saída fácil. Lillie é basicamente um Larvitar humano - e eu amo isso! Aliás, a sequência extra final com Hobbes tentando fazê-la tocar um Exeggcute foi maravilhosa.
De bônus, temos um pequeno vislumbre de Lusamine e Gladion que certamente se provará mais que um mero fanservice no futuro.
Nota: 5/5
De bônus, temos um pequeno vislumbre de Lusamine e Gladion que certamente se provará mais que um mero fanservice no futuro.
Nota: 5/5
SM009/ Episódio 953 - O Pokémon Totem é Gumshoos!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Izumi Shimura e Masaaki Iwane
Direção de Animação: Izumi Shimura e Masaaki Iwane
As definições de pragas Pokémon foram atualizadas com sucesso neste episódio! Os monstros de bolso são tão frequentemente apresentados como a solução do problema no mundo que vê-los causando os problemas e nessa escala tão grandiosa e não sobrenatural chega a ser surpreendente. É interessante ver como o anime ainda tira um tempinho para nos mostrar os moradores de Alola cuidando da crise, com a Oficial Jenny sendo útil e Hala contribuindo. A escolha de focar na rivalidade entre os Rattata e Raticate de Alola e Yungoos e Gumshoos é não apenas uma ótima forma de explorar as descrições na Pokédex desses Pokémon, como também de incluir ambos os Totem dos jogos Sun & Moon no episódio. Matsui consegue dar um propósito bem legal à prova de Ash e é bacana ver o Treinador quebrando a cabeça para resolver a questão proposta por Hala e pedindo ajuda aos seus colegas - e a resposta o tempo todo ali na Pokédex Rotom. Mais legal ainda é vê-lo se sentindo culpado por ter possivelmente colado e ver Hala dizendo que tudo bem pedir ajuda quando não se sabe a resposta. Aliás, a batalha de Ash contra Yungoos, Gumshoos e o Gumshoos Totem é maravilhosa e cheia de estratégias bacanas que nos lembram as melhores lutas de Ginásio do anime!
Segundo a Bulbapedia, esta foi a primeira vez em 20 anos de anime que a Pokédex foi utilizada para falar de Raticate e, ainda assim, falou-se da forma Alola e junto do Rattata. Deve ter sido também a primeira vez que a Pokédex fala de dois Pokémon com um único texto. E o quão maravilhoso é ver a Equipe Rocket desejando decolar de novo?
Nota: 4,5/5
Segundo a Bulbapedia, esta foi a primeira vez em 20 anos de anime que a Pokédex foi utilizada para falar de Raticate e, ainda assim, falou-se da forma Alola e junto do Rattata. Deve ter sido também a primeira vez que a Pokédex fala de dois Pokémon com um único texto. E o quão maravilhoso é ver a Equipe Rocket desejando decolar de novo?
Nota: 4,5/5
SM010/ Episódio 954 - O Movimento-Z Vai Funcionar?! Encarando a Grande Prova!!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Hiroyuki Horiuchi
É chegado o dia da primeirabatalha de Ginásio Grande Prova de Ash! Matsui nos dá uns pequenos brindes de continuidade, como o retorno de Jenny para não apenas agradecer Ash, mas também para revelar que o Gumshoos assistente do Gumshoos Totem decidiu ficar com ela para ajudar nas crises de Melemele. Também é legal ver que Ash andou praticando os movimentos para usar o Normalium-Z com Pikachu e a breve visita às Ruínas do Conflito. Enquanto ver os personagens fazendo os passinhos dos Movimentos-Z é uma lindeza só, eu fiquei um pouco decepcionado com as batalhas principais. Elas foram legais, claro, mas eu gostei mais da batalha contra o Totem e seus assistentes - o que a ausência de um Iwane não faz, não é mesmo? Das duas lutas, eu gostei mais da de Rowlet contra Crabrawler do que Hariyama VS Pikachu. Talvez porque ali realmente tratava-se de dois Pokémon novos lutando. A cena de Pikachu dando evasiva nos múltiplos socos do Esmagamento Completo (All-Out Pummeling) foi também outro momento precioso, assim como a cena em que a Pokédex Rotom informa a Ash que Hariyama é capaz de facilmente mandar o equivalente a 1667 Pikachu longe com um único soco.
Nota: 4/5
Considerações finais:
Direção de Animação: Hiroyuki Horiuchi
É chegado o dia da primeira
Nota: 4/5
Considerações finais:
- Eu adoro como Rowlet usa Investida com as patas! Além disso, o lance de ele aparecer de surpresa nos lugares seria uma antecipação a seu futuro como Pokémon parcialmente Fantasma?
- E é maravilhoso que mesmo fazendo parte da Equipe Rocket, Mimikyu continue sendo perturbador para Meowth. Parece até que o Pokémon se uniu aos vilões mais para seguir seus próprios objetivos (perseguir o Pikachu de Ash?) que para fazer parte da equipe realmente. E o que dizer dos métodos de alimentação de Bewear? Não deve sobrar mais dente nas bocas dos Rockets;
- Não que interesse vocês, mas não curti tanto a voz japonesa do Hala. Achei fraca e que não combinou tanto com o personagem…
- Você percebe que um Pokémon é do mal quando ele afugenta SPEAROW!!!
- Adorei que Matsui fez questão de nos explicar de onde veio o Bracelete-Z de Ash;
- Hala descreve Tapu Koko como um "deus caprichoso". Depois um raio cai na cabeça de alguém e ninguém sabe o porquê. Brincadeiras à parte, é ótimo ver o anime levando mantendo essa instabilidade dos deuses guardiões, tão comentada nos jogos;
- Amo como na hora em que toma sorvete no episódio "Chispada Elétrica Togedemaru", Ash tem aquela reação que a gente tem quando toma sorvete muito rápido e um pequeno efeito sonoro agudo é usado pra ilustrar o tormento;
- Eu sei que vocês amam essa parte, então vamos à audiência dos dez primeiros episódios de Pokémon Sun & Moon:
Número do episódio Sun & Moon
|
Título do Episódio
|
Audiência
|
Colocação semanal
|
001
002
|
“Alola! Novas Ilhas, Novos Pokémon!!”
“O Deus Guardião Tapu Koko Aparece! Vamos Tentar Dominar Nosso Movimento-Z!!” |
4,4
|
9º
|
003
004
|
“Rotom Dia, Eu Sou a Pokédex Rotom!”
“Rowlet Aparece! Peguei um Pokémon em Alola!!”
|
3,8
|
8º
|
005
|
“Popplio, Faça o Seu Balhor!”
|
3,6
|
9º
|
006
|
“Chispada Elétrica, Togedemaru!”
|
3,9
|
9º
|
007
|
“Litten, o Andarilho do Mercado!”
|
3,7
|
9º
|
008
|
“Quem Vai Cuidar do Ovo?”
|
Menos de 3,5
|
Não entrou
|
009
|
“O Pokémon Totem é Gumshoos!”
|
2,7
|
10º
|
010
|
“O Movimento-Z Vai Funcionar?! Encarando a Grande Prova!!”
|
3,9
|
9º
|
- Vale lembrar que apesar de 4,4 significar uma estreia baixa se comparada às das séries anteriores (9,3 tanto pra DP quanto pra BW e 5,3 para XY), ainda conseguiu ser superior à audiência dos episódios finais da série anterior. O episódio que fechou as aventuras de Ash junto a Serena, Clemont e Bonnie, "Até Nós Competirmos de Novo!", ficou fora do TOP 10, tendo feito algo inferior a 3,6 pontos de audiência. Já o especial "A Lenda de XYZ" fez 3,0 pontos e ficou em décimo lugar no TOP 10 semanal. O que a audiência inicial de Sun & Moon nos mostra é que, assim como X & Y, o anime não tem conseguido atrair um público grande para suas novas séries, mas ao menos tem retido um número de telespectadores significativo o bastante para se manter no TOP 10 semanal. Considerando como as séries costumam perder audiência ao longo de sua duração - e a pontuação desses episódios iniciais de SM já são equiparáveis aos finais de XY -, fica a questão de até quando o anime vai conseguir manter sua posição atual. O que importa, porém, é o quanto isso realmente é relevante para a Pokémon Company. É provável que o que conte mesmo para eles seja a venda dos produtos e não quantos japoneses sentam pra ver o anime - especialmente numa época em que as crianças não precisam realmente sentar em frente à TV pra ver o desenho na hora certa, com tantas plataformas de streaming, como Hulu, Netflix e Amazon Prime Video, disponibilizando os episódios da série no Japão, com pouco tempo de diferença da exibição na TV. No tocante aos lucros da Pokémon Company com mercadoria, a franquia está certamente fora de perigo. Em ascensão desde 2014, os lucros obtidos pela empresa dispararam de US$ 1,5 bilhão em 2013 para US$ 3,3 bilhões em 2016, ano em que a franquia não apenas comemorou 20 anos e lançou Pokémon Sun & Moon, como também viu um novo ressurgimento no interesse internacional pela marca com o fenômeno de Pokémon Go. Até o final de março deste ano, Pokémon Sun & Moon já venderam mais de 15,44 milhões de unidades, valor superior aos 13,74 milhões de Pokémon Omega Ruby & Alpha Sapphire e bem próximo aos 16,11 milhões de Pokémon X & Y, lançados em 2013.
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