Já faz alguns meses que eu não escrevia tampouco assistia nada novo de Pokémon. Meus vínculos com Pokémon XY sempre foram frágeis e por mais que eu amasse escrever pra vocês, depois de um tempo aquela rotina começou a pesar. Os vídeos surgiram como uma alternativa viável, mas acabaram provando-se beeeem problemáticos também com o passar do tempo - a Pokémon Company vez ou outra me manda notificação de que algum vídeo foi bloqueado em alguma parte do mundo. ¬¬ Juntou-se essas frustrações à minha rotina louca no segundo semestre do ano passado com meu desânimo pela saga de Kalos (nem mesmo o arco maravilhoso do Greninja-Ash foi o suficiente pra me prender) e eu basicamente abandonei os charithoughts depois de adiar eternamente. Minha decisão de não ver Sun & Moon era bem firme também.
Eu não curti o visual. Não curti os trailers. Não curti os primeiros minutos do primeiro episódio. Nada daquele novo estilo me atraía, mas vocês estavam assistindo. E estavam dizendo que eu devia assistir e que queriam saber o que eu acharia. Vocês foram essas pessoas maravilhosas que não conseguiram me deixar no meu cantinho em paz só vendo séries e me colocaram pra trabalhar de novo com suas palavras gentis e sua insistência que eu sei que vem do carinho e admiração que nutrem por mim. Então é 100% por vocês que eu baixei todos os 20 episódios disponíveis na http://pocketmonsters.edwardk.info/ e embarquei na jornada por Alola com Ash e Pikachu.
Este texto é sobre minhas primeiras impressões baseado nos cinco primeiros episódios de Pokémon Sun & Moon. "Ah Sir e o resto de XYZ?" Então, gente. Eu tenho zero interesse naquela Liga ou no arco do Z. Eu sei que não foi uma saga ruim. Muito pelo contrário. Eu só não tenho interesse mesmo. Então não sei se algum dia falarei sobre ela, mas se Sun & Moon me animar né... quem sabe?
Então, chega de papinho e vamos começar!
Muito além de um redesign
Já parou pra pensar como a produção de Pokémon é insana? Há 20 anos, são produzidos de forma ininterrupta uma média de 50 episódios anualmente. 50 episódios para roteirizar, fazer storyboard, animar, captar as vozes. É um processo absurdo de trabalhoso. São 20 anos os mesmos roteiristas escrevendo aventuras do menino que tem o mesmo objetivo sempre, os mesmos dubladores interpretando os mesmos personagens, os mesmos ilustradores animando o mesmo desenho. Nunca que eu imaginaria que Pokémon algum dia completaria 20 anos de anime! E ESTAMOS TÃO PERTO DO EPISÓDIO 1000!
Ao longo dos anos, os produtores foram arrumando formas de renovar o anime para atrair novos fãs. Inicialmente isso foi feito com cuidado para manter o legado da série e agradar os fãs antigos. A saída de Misty foi amortecida com vários especiais que visavam mostrar a personagem se aventurando sozinha, por exemplo. Porém, à medida que os fãs foram se acostumando às transições de uma série para a outra, os produtores se sentiram cada vez mais confiantes para tentarem coisas novas sem se preocuparem com os fãs antigos e coisas como continuidade entre sagas (para minha dor e sofrimento).
Sun & Moon é de longe a série que mais quebra com os padrões estabelecidos nos 19 anos de existência que o anime tinha quando ela estreou e que faz os redesigns (horrorosos, diga-se de passagem) de Ash, James e Jessie a menos impactante delas. A provável responsável por isso é Aya Matsui, que assume a posição de compositora da série no lugar de Atsuhiro Tomioka (o que, parando pra pensar agora, tornaria o final de XY & Z meio que obrigatório pra mim). Enquanto ele é sem dúvida o meu roteirista favorito de todo o anime, Tomioka nunca pareceu capaz de replicar a excelência com a qual ele havia construído a trama de Diamond & Pearl. Em Best Wishes! faltava vontade de fazer qualquer desenvolvimento (especialmente depois do banimento dos episódios de Equipe Plasma VS Equipe Rocket) e em XY parecia faltar construção, com as coisas simplesmente acontecendo sem muito investimento real em prepará-las. Nesse sentido, a transição para Matsui parece ser uma forma de sacudir a estrutura das coisas - especialmente com o anime em queda de audiência na TV e fracassos de bilheteria no cinema.
A escolha de Matsui para tomar o lugar de Tomioka é bastante curiosa. A roteirista entrou para a equipe em Advanced Generation e ficou até o penúltimo ano da fase Diamond & Pearl (2009), retornando anos depois para o curta-metragem "Pikachu e os Amigos Eevee" (2013). Seu retorno em XY ano passado me deixou bastante surpreso, mas feliz, dado seu longo afastamento. Sua trajetória anterior no anime nos havia dado episódios divertidos como "Cadê o Meu Torchic?", "Quanto Mais Brigas, Melhor", "O Pior de um Cacturne" - foi ela quem nos apresentou o inesquecível Harley! -, "Vestido para a Vitória!", "Duas Babás Quase Perfeitas!" e "Equipe Rocket, uma Poderosa Máquina de Luta Magra e Malvada!", além de alguns episódios dramáticos como "Eu Ouvi um Ralts?" e "Derrota Indolor". Antes do seu retorno em XY, ela havia roteirizado apenas 34 episódios, três especiais e um curta-metragem para cinema. Ou seja, basicamente, ela não tinha um currículo tão extenso na série quanto seus colegas - e talvez esse mesmo tenha sido o motivo para usa escolha: ela era uma voz nova e menos viciada no estilo eternizado da série.
Como a nova voz responsável pelo anime, Matsui assumiu o roteiro dos quatro primeiros episódios de Pokémon - Sun & Moon, o que serviu tanto para ditar o tom da nova série quanto para introduzir seus novos elementos e personagens. Talvez a maior mudança de todas seja a de que Ash não está mais numa jornada Pokémon: ele agora tem endereço fixo (a casa do Professor Kukui - que inveja!) e vai pra escola! Confesso que até agora é difícil digerir o Ash de sempre trocando disputar qualquer coisa pela pacata vida estudantil. Porém, Matsui consegue tornar o ambiente escolar bem divertido e dinâmico: há diferentes atividades acontecendo por todo lado, vários Pokémon com os quais os Treinadores podem interagir e uma gama de personagens interessantes com os quais interagir.
O aspecto familiar
Grande trunfo dos jogos Sun & Moon, a roteirista consegue extrair o melhor de cada um dos jovens capitães - e Lillie - tornados alunos, dando-lhes personalidades diversificadas e cativantes. Mallow é a garota mais velha, extrovertida e madura, uma espécie de líder que o anime nunca quis nos dar (talvez porque na visão machista dos produtores o Treinador não podia ter uma acompanhante superior e mais experiente que ele?), Lana vem como a garota introvertida, gentil, com um senso de humor sagaz, enquanto Lillie é a garota fofa, engraçada e muito inteligente, que tem fobia imensa de tocar Pokémon. No time dos meninos, Kiwae é apresentado como o Treinador mais velho, mais sério e experiente, com pouca paciência para amadores, enquanto Sophocles é o novo nerd fanático pela ciência, mas que não parece tão explosivo em suas invenções quanto Clemont.
Se o núcleo da escola funciona é graças a eles, que compõem não só um grupo interessante de personagens, mas ajudam a soprar vida nova à série. Pokémon sempre foi um universo incrivelmente utópico e enquanto Alola mantém essa chama da utopia acesa (nunca que no mundo real feirantes deixariam que passarinhos viessem catar sua mercadoria valiosa ou que escolas públicas funcionariam com turmas de seis alunos). E essa utopia também causava certo distanciamento entre o público-alvo do anime com seus personagens, já que as crianças de 10 anos do mundo Pokémon não eram escritas como tal e raramente tinham os mesmos problemas das crianças do mundo real.
Talvez fosse possível se relacionar com a sensação de inferioridade de Ash diante da superioridade do seu rival Gary ou se simpatizar com o amor dele pelos seus Pokémon, como o nosso amor por bichinhos de estimação. Fora isso, era muito difícil encontrar pontos em comum - Digimon fez um trabalho infinitamente superior nessa área, temos que admitir. A introdução de May e Max em Advanced Generation foi o que contribuiu para criar essa aproximação com o público porque trouxe ao anime algo inexistente na série original: uma família completa. Ash só tem uma mãe, Misty só tem três irmãs e Brock tinha vários irmãozinhos e um pai negligente para quem ele disse adeus e só voltaria a ter contato de novo na própria AG. May e Max foram os que trouxeram o elemento família para o anime de forma mais presente, com suas briguinhas de irmãos, a maior proximidade de May com a mãe em oposição à maior proximidade de Max com o pai, a frustração de May de não conseguir se conectar com o universo de Pokémon por causa das expectativas que existiam sobre ela assumir o Ginásio do pai, entre outras coisas. Não é à toa que foi em Advanced Generation que tivemos um episódio com as crianças investigando uma possível infidelidade no casamento!
Possuindo colegas de sala que não estão viajando pelo mundo, mas precisam voltar para suas famílias depois da escola, Pokémon permite que esse elemento família se torne parte da trama principal. A escola também vem como uma nova forma de causar uma maior aproximação com o público-alvo da série, já que crianças frequentam escola. Se conduzido da forma correta, os conflitos, as alegrias e dificuldades comuns a rotina de um aluno podem render momentos valiosos - como a clássica corrida para não perder a hora ou delicioso passeio que Ash e Lana fazem juntos após a aula. Iniciando com "Popplio, Faça o Seu Balhor!", cada um dos alunos ganhará episódios focados em si, o que nos permitirá conhecer melhor suas histórias aos poucos e ter uma noção mais nítida não apenas de quem são e onde vêm, mas dos possíveis conflitos que podem surgir daí. Isso vai de encontro com o que os próprios jogos fizeram, com sua preocupação em estabelecer os humanos de Alola com muito cuidado.
Essa aproximação com a vida real também pode vir de outras maneiras que o anime nunca se permitiu explorar antes. Uma vez que Ash tem uma nova moradia, como sua rotina se organiza? Como funciona a rotina de Melemele? Os roteiristas nos apresentarão mais personagens recorrentes? Será que haverá algum aprofundamento da cultura local a longo prazo? Além disso, o fato de Ash se tornar um habitante fixo de Melemele diminui o aspecto aleatoriedade da aventura do dia, pela qual o anime se sustentou por tantos anos, e demanda uma atenção maior à continuidade. Resta ver se os roteiristas darão conta dessa mudança de estrutura.
Matsui não se preocupa em justificar o porquê de aqueles alunos, claramente desnivelados, estarem na escola (Kiwae até em um Bracelete-Z, mas está lá com os demais), pelo menos não neste momento inicial. A própria razão de Ash estudar parece vir mais da curiosidade e entusiasmo pela região de Alola que qualquer outra coisa, intensificada pelo interesse do rapaz nos poderosos Movimentos-Z. Outra coisa que a roteirista não parece muito interessada em explicar - pelo menos não agora - é a fascinação de Tapu Koko pelo jovem Palletiano. Nos jogos, o deus guardião fica cativado pelo protagonista após vê-lo se arriscando para salvar Nebby dos Spearow. Porém, no anime de Sun & Moon, Ash está muito longe de fazer qualquer coisa heroica agora - já distanciando-se do herói de ação da série anterior -, o que levanta a seguinte questão: o que motivou Tapu Koko a escolher o rapaz para receber um Bracelete-Z?tirando claro o fato de que Ash é um pára-raios para lendários, claro
Talvez fosse possível se relacionar com a sensação de inferioridade de Ash diante da superioridade do seu rival Gary ou se simpatizar com o amor dele pelos seus Pokémon, como o nosso amor por bichinhos de estimação. Fora isso, era muito difícil encontrar pontos em comum - Digimon fez um trabalho infinitamente superior nessa área, temos que admitir. A introdução de May e Max em Advanced Generation foi o que contribuiu para criar essa aproximação com o público porque trouxe ao anime algo inexistente na série original: uma família completa. Ash só tem uma mãe, Misty só tem três irmãs e Brock tinha vários irmãozinhos e um pai negligente para quem ele disse adeus e só voltaria a ter contato de novo na própria AG. May e Max foram os que trouxeram o elemento família para o anime de forma mais presente, com suas briguinhas de irmãos, a maior proximidade de May com a mãe em oposição à maior proximidade de Max com o pai, a frustração de May de não conseguir se conectar com o universo de Pokémon por causa das expectativas que existiam sobre ela assumir o Ginásio do pai, entre outras coisas. Não é à toa que foi em Advanced Generation que tivemos um episódio com as crianças investigando uma possível infidelidade no casamento!
Possuindo colegas de sala que não estão viajando pelo mundo, mas precisam voltar para suas famílias depois da escola, Pokémon permite que esse elemento família se torne parte da trama principal. A escola também vem como uma nova forma de causar uma maior aproximação com o público-alvo da série, já que crianças frequentam escola. Se conduzido da forma correta, os conflitos, as alegrias e dificuldades comuns a rotina de um aluno podem render momentos valiosos - como a clássica corrida para não perder a hora ou delicioso passeio que Ash e Lana fazem juntos após a aula. Iniciando com "Popplio, Faça o Seu Balhor!", cada um dos alunos ganhará episódios focados em si, o que nos permitirá conhecer melhor suas histórias aos poucos e ter uma noção mais nítida não apenas de quem são e onde vêm, mas dos possíveis conflitos que podem surgir daí. Isso vai de encontro com o que os próprios jogos fizeram, com sua preocupação em estabelecer os humanos de Alola com muito cuidado.
Essa aproximação com a vida real também pode vir de outras maneiras que o anime nunca se permitiu explorar antes. Uma vez que Ash tem uma nova moradia, como sua rotina se organiza? Como funciona a rotina de Melemele? Os roteiristas nos apresentarão mais personagens recorrentes? Será que haverá algum aprofundamento da cultura local a longo prazo? Além disso, o fato de Ash se tornar um habitante fixo de Melemele diminui o aspecto aleatoriedade da aventura do dia, pela qual o anime se sustentou por tantos anos, e demanda uma atenção maior à continuidade. Resta ver se os roteiristas darão conta dessa mudança de estrutura.
Matsui não se preocupa em justificar o porquê de aqueles alunos, claramente desnivelados, estarem na escola (Kiwae até em um Bracelete-Z, mas está lá com os demais), pelo menos não neste momento inicial. A própria razão de Ash estudar parece vir mais da curiosidade e entusiasmo pela região de Alola que qualquer outra coisa, intensificada pelo interesse do rapaz nos poderosos Movimentos-Z. Outra coisa que a roteirista não parece muito interessada em explicar - pelo menos não agora - é a fascinação de Tapu Koko pelo jovem Palletiano. Nos jogos, o deus guardião fica cativado pelo protagonista após vê-lo se arriscando para salvar Nebby dos Spearow. Porém, no anime de Sun & Moon, Ash está muito longe de fazer qualquer coisa heroica agora - já distanciando-se do herói de ação da série anterior -, o que levanta a seguinte questão: o que motivou Tapu Koko a escolher o rapaz para receber um Bracelete-Z?
Ciente da necessidade de estabelecer o cenário da série atual, Matsui se esforça em estabelecer Melemele como um ambiente interessante. Aliás, a ideia de colocar Ash numa Escola Pokémon acaba se tornando palatável para a série em partes por causa da geografia única de Alola. O fato de as quatro ilhas serem tão isoladas umas das outras e cada uma guardar tantos locais próprios para explorar faz com que a permanência em uma delas não nos prive de conhecer lugares interessantes dos jogos e esses cinco primeiros episódios não vão além da própria escola, da casa do Professor Kukui e da praia, significando que ainda haverá muito tempo para o anime apresentar lugares dos jogos que podem render momentos interessantes, como a cidade, o Cemitério e o Distrito Comercial de Hau'oli, a Cidade de Iki, a Caverna Verdejante e a Colina Dez Quilates.
A ilha vibra com vida, o que até torna o retorno aos 24 frames por segundo compreensível já que permite que os animadores façam mais por menos. Uma tática eficiente para mostrar isso é a inclusão de várias ceninhas que mostram Pokémon selvagens ou não fazendo alguma coisa, como o Slowpoke pescando com o próprio rabo no episódio "Popplio, Faça o Seu Balhor!" ou as pequenas andanças de Litten e Bewear pela ilha. É um empréstimo muito bem-vindo dos curtas estrelados por Pikachu e que contribuem para essa atmosfera mais animada e cheia de vida que o anime quer transmitir. Há uma sensação deliciosa de movimento por toda parte, que fazem de Melemele um pequeno paraíso: Ash pode estar parado, mas o mundo ao seu redor está em bastante movimento.
Samambaia ao vento
Todavia, esses cinco primeiros episódios falham em nos dar uma perspectiva muito boa de futuro. Para onde a jornada Ash vai? Honestamente, essa é uma pergunta que perdeu o sentido pra mim desde o momento que o Treinador de Pallet foi varrido de uma Liga Pokémon por um ser misterioso dotado de Pokémon lendários apelões. Enquanto até aquele momento parecia haver alguma progressão, desde Best Wishes! que o Treinador parece uma samambaia, balançando na direção mais conveniente para o roteiro. Para um fã de longa data, que gostava de ver o garoto que mal sabia que precisava enfraquecer um Pokémon antes de capturar aprender a bolar suas próprias estratégias de ataque (saudades Escudo de Contra-Ataque), é frustrante ver no que transformaram o garoto.
Como o anime não parece ter o menor interesse em nos dar um protagonista novo para amar, estamos presos ao menino da Cidade de Pallet e justamente por essa razão, para curtir Sun & Moon é necessário deixar o passado para trás e aceitar o Palletiano pela roupa que ele veste desta vez. Matsui o escreve como uma verdadeira criança de 10 anos, mas sem a estupidez de Best Wishes!. Empolgação inicial é algo que os roteiristas sempre gostam de frisar no personagem sempre que uma nova série se inicia, e Matsui consegue prolongar a do garoto desta vez. Isso é possível em parte pela ausência de uma Liga pela qual competir. Oras, se Ash não precisa disputar Insígnias, não há pressão pra ficar mais forte nem vencer batalhas. Aliás, é impressionante notar que em cinco episódios há quase nenhuma batalha de verdade - o que pode sim frustrar aqueles que as achavam uma das melhores coisas do animetipo eu. Ainda assim, características marcantes do Treinador permanecem, como sua compaixão pelos Pokémon, sua astúcia e sua agitação.
Agora que eu já dei minha opinião sobre o geralzão, vamos falar de cada episódio de forma individual:
SM001/ Episódio 945 - Alola! Novas Ilhas, Novos Pokémon!!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Shuhei Yasuda
É uma bela mudança de cenário a forma como esse episódio começa diferente de todos os outros começos de série de Pokémon, com Ash de férias com sua mãe na região de Alola. Não temos a típica apresentação dos Iniciais da região, nem um Treinador novato iniciando jornada, nem Equipe Rocket, tornando todo este começo bem único. É genial a forma acelerada como eles explicam como Ash e sua mãe foram parar lá e receberam sua missão de levar o ovo para Samson. O roteiro também acerta em tornar a escola um ambiente interessante o bastante para atrair a atenção de Ash (e do telespectador), mas peca no humor exagerado e no excesso de infantilidade (ODIEI a mania do Samson Carvalho que só deve servir pra dar dor de cabeça para os tradutores ao redor do mundo), que tornam este começo um pouco menos especial. A presença da Equipe Skull parece só um excesso desnecessário, já que eles falham em causar qualquer impacto, assim como o episódio falha em tornar o interesse de Tapu Koko em Ash algo coerente. Ainda assim, a cena do encontro do Treinador com o Pokémon lendário é bem lindinha. Ah e eu adoro que Ash vai jantar com sua mãe ♥
Nota: 4,0/5
SM002/ Episódio 946 - O Deus Guardião Tapu Koko Aparece! Vamos Tentar Dominar Nosso Movimento-Z!!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Osamu Murata
O primeiro dia de Ash na escola é movimentado pela revelação de seu encontro com Tapu Koko, despertando reações como incredulidade, surpresa e um pouco de ciúme. Este episódio nos permite mergulhar um pouco mais a fundo na personalidade dos colegas de classe de Ash, revelando coisas como a grande inteligência de Lillie ou a forma negativa como Kiawe reage ao Palletiano conseguindo seu Bracelete sem realmente ter se provado merecedor dele. A recepção de calouro feita para Ash é legal - especialmente porque ele perde todos os desafios - e também parece uma singela referência ao trabalho dos alunos como Capitães nos jogos. O desafio que Tapu Koko lança a Ash no meio foi uma boa surpresa e deu ao Treinador uma motivação para embarcar no desafio da ilha.
Nota: 3,5/5
SM003/ / Episódio 947 - Rotom Dia, Eu Sou a Pokédex Rotom!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Masaaki Iwane e Izumi Shimura
A Equipe Rocket finalmente chega a Alola, pelo mesmo motivo de sempre. Matsui aproveita para renovar a promessa de Meowth de tomar o lugar de Persian e revela que os Pokémon pegos por Jessie e James em Kalos foram deixados no QG da organização. O primeiro encontro dos vilões com Mimikyu é ótimo! É maravilhosa a inversão da visão do pequenino como coitadinho em busca de amigos que foi usada durante toda a fase de divulgação dos jogos para a ideia de uma criatura horrível que se veste daquilo que mais odeia! Também somos introduzidos à Pokédex Rotom, que se provou um personagem interessante. O mais legal sobre o objeto é sua capacidade de aprender coisas novas sobre o mundo ao redor, fazendo dela mais que um instrumento que diz informação, mas um capaz de coletar novos dados. Enquanto personagem, ele é bem genérico, sendo o típico robozinho que se surpreende com a imprevisibilidade humana.
Mas o que foi Meowth tendo delírios com Gardevoir, Lopunny e Glaceon? Parecia cena escrita por galerinha do 4chan ou Tumblr… (e isso está longe de ser um elogio)
Nota: 4,0/5
SM004/ Episódio 948 - Rowlet Aparece! Peguei um Pokémon em Alola!!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Sayuri Ichiishi e Mizuho Tajima
O episódio até começa bem com Ash levando todos os seus amigos para o mato para assistirem enquanto ele fracassa tentando pegar outro Pokémon - Grubbin - e, surpreendentemente, falhando (que abertura mais mentirosinha, não?)! O insetinho parece sair da Pokébola duas vezes mais forte, dando uma desculpa perfeita para a primeira visita ao Centro Pokémon da nova série e aqui, o episódio de torna quase um tutorial de 20 minutos. Explicação sobre Enfermeira Joy e seus Pokémon (Blissey e Comfey <3), muitas, MUITAS, MUUUUUUUUUUUUUITAS DESCRIÇÕES DA POKÉDEX ROTOM ALGUÉM CALA A BOCA DESSE BICHO… E entre tantos tutoriais, a introdução do Rowlet de Ash! Em termos de episódio de captura, esse é um dos mais fracos já feitos, especialmente considerando que também era a introdução de um novo Pokémon pro time do protagonista. Rowlet é fofo e adorável, não dá pra negar, mas sua relação com Ash é muito mal trabalhada, o que soa o draminha final do Treinador querer deixá-lo com sua família apenas outro exagero equivocado de roteiro. Além do mais, o episódio faz parecer como se Rowlet fosse um fardo para sua própria família, mas parece que não era a intenção vilanizar mamãe Toucannon - ela só tem aquela cara mesmo, afinal. Talvez se essa relação fosse melhor explorada, o resultado final teria sido mais interessante. E, ah, Mimikyu revela ser bem exigente, aceitando entrar só na Bola Luxo da coleção de James que, em 20 anos de existência, nunca tínhamos ouvido falar.
Nota: 2,5/5
SM005/ Episódio 949 - Popplio, Faça o Seu Balhor!
Roteiro: Atsuhiro Tomioka
Direção de Animação: Yuki Naoi e Kunihiko Natsume
Olha Tomioka aqui! Adorei que a primeira coleguinha de escola a receber um episódio focado nela tenha sido Lana. Pesca é aquela atividade essencial do mundo Pokémon que, desde Johto, sempre ganha um episódio próprio e Tomioka segue a cartilha básica: temos o festival de iscas excêntricas, o pequeno tutorial da pessoa mais versada na atividade e a frustração das pessoas em conseguir pescar nada. Ah, e claro, a Equipe Rocket tentando roubar tudo. Trata-se de um episódio divertido, que tem alguns momentos ótimos como a Lillie em seu traje protetor incrível (que ela mesma parece ter inventado, será que ela puxou o brilhantismo científico dos pais dos jogos?) e o Bewear dando de uma Cristo correndo sobre as águas pra salvar a Equipe Rocket (os Pokémon de Alola têm uma fascinação por pessoas de Kanto parece). A ambição de Lana envolvendo os balões de água para poder mergulhar usando eles é só uma péssima desculpa pra não precisar comprar um traje de mergulho às custas do seu próprio Pokémon.
Aliás, vocês repararam que a isca de Lillie era um Clefairy e conseguiu pescar um Milotic? Clefable e Milotic são Pokémon do time de Lusamine nos jogos Pokémon Sun & Moon.
Nota: 3,5/5
Considerações finais:
Samambaia ao vento
Todavia, esses cinco primeiros episódios falham em nos dar uma perspectiva muito boa de futuro. Para onde a jornada Ash vai? Honestamente, essa é uma pergunta que perdeu o sentido pra mim desde o momento que o Treinador de Pallet foi varrido de uma Liga Pokémon por um ser misterioso dotado de Pokémon lendários apelões. Enquanto até aquele momento parecia haver alguma progressão, desde Best Wishes! que o Treinador parece uma samambaia, balançando na direção mais conveniente para o roteiro. Para um fã de longa data, que gostava de ver o garoto que mal sabia que precisava enfraquecer um Pokémon antes de capturar aprender a bolar suas próprias estratégias de ataque (saudades Escudo de Contra-Ataque), é frustrante ver no que transformaram o garoto.
Como o anime não parece ter o menor interesse em nos dar um protagonista novo para amar, estamos presos ao menino da Cidade de Pallet e justamente por essa razão, para curtir Sun & Moon é necessário deixar o passado para trás e aceitar o Palletiano pela roupa que ele veste desta vez. Matsui o escreve como uma verdadeira criança de 10 anos, mas sem a estupidez de Best Wishes!. Empolgação inicial é algo que os roteiristas sempre gostam de frisar no personagem sempre que uma nova série se inicia, e Matsui consegue prolongar a do garoto desta vez. Isso é possível em parte pela ausência de uma Liga pela qual competir. Oras, se Ash não precisa disputar Insígnias, não há pressão pra ficar mais forte nem vencer batalhas. Aliás, é impressionante notar que em cinco episódios há quase nenhuma batalha de verdade - o que pode sim frustrar aqueles que as achavam uma das melhores coisas do anime
Agora que eu já dei minha opinião sobre o geralzão, vamos falar de cada episódio de forma individual:
SM001/ Episódio 945 - Alola! Novas Ilhas, Novos Pokémon!!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Shuhei Yasuda
É uma bela mudança de cenário a forma como esse episódio começa diferente de todos os outros começos de série de Pokémon, com Ash de férias com sua mãe na região de Alola. Não temos a típica apresentação dos Iniciais da região, nem um Treinador novato iniciando jornada, nem Equipe Rocket, tornando todo este começo bem único. É genial a forma acelerada como eles explicam como Ash e sua mãe foram parar lá e receberam sua missão de levar o ovo para Samson. O roteiro também acerta em tornar a escola um ambiente interessante o bastante para atrair a atenção de Ash (e do telespectador), mas peca no humor exagerado e no excesso de infantilidade (ODIEI a mania do Samson Carvalho que só deve servir pra dar dor de cabeça para os tradutores ao redor do mundo), que tornam este começo um pouco menos especial. A presença da Equipe Skull parece só um excesso desnecessário, já que eles falham em causar qualquer impacto, assim como o episódio falha em tornar o interesse de Tapu Koko em Ash algo coerente. Ainda assim, a cena do encontro do Treinador com o Pokémon lendário é bem lindinha. Ah e eu adoro que Ash vai jantar com sua mãe ♥
Nota: 4,0/5
SM002/ Episódio 946 - O Deus Guardião Tapu Koko Aparece! Vamos Tentar Dominar Nosso Movimento-Z!!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Osamu Murata
O primeiro dia de Ash na escola é movimentado pela revelação de seu encontro com Tapu Koko, despertando reações como incredulidade, surpresa e um pouco de ciúme. Este episódio nos permite mergulhar um pouco mais a fundo na personalidade dos colegas de classe de Ash, revelando coisas como a grande inteligência de Lillie ou a forma negativa como Kiawe reage ao Palletiano conseguindo seu Bracelete sem realmente ter se provado merecedor dele. A recepção de calouro feita para Ash é legal - especialmente porque ele perde todos os desafios - e também parece uma singela referência ao trabalho dos alunos como Capitães nos jogos. O desafio que Tapu Koko lança a Ash no meio foi uma boa surpresa e deu ao Treinador uma motivação para embarcar no desafio da ilha.
Nota: 3,5/5
SM003/ / Episódio 947 - Rotom Dia, Eu Sou a Pokédex Rotom!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Masaaki Iwane e Izumi Shimura
A Equipe Rocket finalmente chega a Alola, pelo mesmo motivo de sempre. Matsui aproveita para renovar a promessa de Meowth de tomar o lugar de Persian e revela que os Pokémon pegos por Jessie e James em Kalos foram deixados no QG da organização. O primeiro encontro dos vilões com Mimikyu é ótimo! É maravilhosa a inversão da visão do pequenino como coitadinho em busca de amigos que foi usada durante toda a fase de divulgação dos jogos para a ideia de uma criatura horrível que se veste daquilo que mais odeia! Também somos introduzidos à Pokédex Rotom, que se provou um personagem interessante. O mais legal sobre o objeto é sua capacidade de aprender coisas novas sobre o mundo ao redor, fazendo dela mais que um instrumento que diz informação, mas um capaz de coletar novos dados. Enquanto personagem, ele é bem genérico, sendo o típico robozinho que se surpreende com a imprevisibilidade humana.
Mas o que foi Meowth tendo delírios com Gardevoir, Lopunny e Glaceon? Parecia cena escrita por galerinha do 4chan ou Tumblr… (e isso está longe de ser um elogio)
Nota: 4,0/5
SM004/ Episódio 948 - Rowlet Aparece! Peguei um Pokémon em Alola!!
Roteiro: Aya Matsui
Direção de Animação: Sayuri Ichiishi e Mizuho Tajima
O episódio até começa bem com Ash levando todos os seus amigos para o mato para assistirem enquanto ele fracassa tentando pegar outro Pokémon - Grubbin - e, surpreendentemente, falhando (que abertura mais mentirosinha, não?)! O insetinho parece sair da Pokébola duas vezes mais forte, dando uma desculpa perfeita para a primeira visita ao Centro Pokémon da nova série e aqui, o episódio de torna quase um tutorial de 20 minutos. Explicação sobre Enfermeira Joy e seus Pokémon (Blissey e Comfey <3), muitas, MUITAS, MUUUUUUUUUUUUUITAS DESCRIÇÕES DA POKÉDEX ROTOM ALGUÉM CALA A BOCA DESSE BICHO… E entre tantos tutoriais, a introdução do Rowlet de Ash! Em termos de episódio de captura, esse é um dos mais fracos já feitos, especialmente considerando que também era a introdução de um novo Pokémon pro time do protagonista. Rowlet é fofo e adorável, não dá pra negar, mas sua relação com Ash é muito mal trabalhada, o que soa o draminha final do Treinador querer deixá-lo com sua família apenas outro exagero equivocado de roteiro. Além do mais, o episódio faz parecer como se Rowlet fosse um fardo para sua própria família, mas parece que não era a intenção vilanizar mamãe Toucannon - ela só tem aquela cara mesmo, afinal. Talvez se essa relação fosse melhor explorada, o resultado final teria sido mais interessante. E, ah, Mimikyu revela ser bem exigente, aceitando entrar só na Bola Luxo da coleção de James que, em 20 anos de existência, nunca tínhamos ouvido falar.
Nota: 2,5/5
SM005/ Episódio 949 - Popplio, Faça o Seu Balhor!
Roteiro: Atsuhiro Tomioka
Direção de Animação: Yuki Naoi e Kunihiko Natsume
Olha Tomioka aqui! Adorei que a primeira coleguinha de escola a receber um episódio focado nela tenha sido Lana. Pesca é aquela atividade essencial do mundo Pokémon que, desde Johto, sempre ganha um episódio próprio e Tomioka segue a cartilha básica: temos o festival de iscas excêntricas, o pequeno tutorial da pessoa mais versada na atividade e a frustração das pessoas em conseguir pescar nada. Ah, e claro, a Equipe Rocket tentando roubar tudo. Trata-se de um episódio divertido, que tem alguns momentos ótimos como a Lillie em seu traje protetor incrível (que ela mesma parece ter inventado, será que ela puxou o brilhantismo científico dos pais dos jogos?) e o Bewear dando de uma Cristo correndo sobre as águas pra salvar a Equipe Rocket (os Pokémon de Alola têm uma fascinação por pessoas de Kanto parece). A ambição de Lana envolvendo os balões de água para poder mergulhar usando eles é só uma péssima desculpa pra não precisar comprar um traje de mergulho às custas do seu próprio Pokémon.
Aliás, vocês repararam que a isca de Lillie era um Clefairy e conseguiu pescar um Milotic? Clefable e Milotic são Pokémon do time de Lusamine nos jogos Pokémon Sun & Moon.
Nota: 3,5/5
Considerações finais:
- Amei as irmãs pestes de Lana. Quero mais delas no futuro;
- Eu tinha medo de que o anime tivesse transformado Lillie numa personagem donzelinha sem graça, mas me divirto muito com a constante negação que ela tem do seu medo de Pokémon e as formas como ela demonstra sua grande inteligência;
- Quero fazer corridas de Tauros também! Me explica por que a Game Freak tinha uma pista de corrida Rhyhorn em X & Y, menciona essa parada, introduz no anime, depois faz Montaria Pokémon um lance mega desenvolvido em Sun & Moon E AINDA NÃO CRIOU UM MINIGAME DE CORRIDA??? AFFFFFFF
- Não deve ser fácil para o Charizad de Kiawe conviver dia após dia com uma tartaruga que é Fogo/Dragão…
- Eu adorei muito a animação dos Movimentos-Z. O começo até lembra o efeito das Mega Evoluções. E nossa os japoneses estão com zero dó dos americano enfiando textos em japonês ali nos movimentos e no lema da Equipe Rocket. Amei!
- Os cenários de Alola estão a coisa mais linda!
- Todo o lance do Slowpoke pescando Sharpedo me foi tão deliciosamente nostálgico. Estou amando essas ceninhas especiais com Pokémon;
- Eu quero Hau no anime também :'(
- Sério, Samson é a coisa mais desnecessária da face da Terra! Que embuste!
- Eu usarei os nomes brasileiros para os personagens de Sun & Moon assim que eu puder conferir a versão brasileira do anime para ver como ficou os nomes de todo mundo, então estejam avisados;
- Aliás, o anime Pokémon: Sun & Moon estreia no Cartoon Network em algumas semanas, no dia 05 de junho, menos de um ano depois do lançamento dos jogos Sun & Moon. É um recorde para a exibição da série no Brasil!
- Amei demais a localização de Pokémon Go! Será que já dá pra ter esperança em jogos principais da franquia totalmente em português?
- Peguei vários spoilers caçando os gifs :'(
- E aí, o que acharam desse formatinho de Charithoughts?
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