Os rebaixados exaltados
Quando os jogos Pokémon Sun & Moon decidiram revolucionar a jornada dos Treinadores trocando a busca por Insígnias pelo desafio da ilha, a forma adotada pelo anime Sun & Moon para fazer sua própria revolução foi descartando a jornada em prol da Escola Pokémon. Enquanto os Kahunas e os Pokémon Totens mantiveram sua importância, os Capitães sofreram a pancada mais forte: sua função foi completamente obliterada e atribuída aos próprios Kahunas (ou a ninguém, no caso do trato dos Totens). Como resultado, Luan, o Capitão de Melemele, foi retirado de cena enquanto os três Capitães de Akala - Lulú, Vitória e Kiawe - se tornaram colegas de sala de Ash, ao lado de Chris, um dos Capitães de Ula'Ula. Enquanto isso teve o efeito negativo de deixar os personagens do anime bem mais fracos e menos experientes que suas contrapartes originais, também teve o lado positivo de nos possibilitar vê-los crescendo e amadurecendo junto do palletiano.
O anime tem sido capaz de honrar o material original fazendo ajustes que ainda respeitavam as personalidades e características específicas de cada um desses Capitães destituídos e esse conjunto de cinco episódios certamente é um dos que melhor representa isso. A ideia de adaptar o que antes eram as provas de cada Capitão para episódios focados em cada um deles separadamente, pegando emprestado elementos das suas respectivas provas, foi genial! E o anime ainda conseguiu fazer com que cada episódio tivesse um foco e um tratamento distinto.
Com Kiawe já estabelecido como um Treinador forte e possuidor de uma Pulseira Z e Lulú já atuando como a mais madura do grupo, a maior evolução do arco acabou ocorrendo com minha personagem favorita dos cinco: Vitória. Enquanto a verdadeira provação de Vitória veio somente no SM033, é ótimo ver como os roteiristas começam esse desenvolvimento dois episódios antes de forma bem sutil. Durante a jornada até Akala, ela já havia demonstrado sua coragem e compaixão pelos Pokémon na missão de salvar o Wailmer do terrível Bruxish, além do seu grande conhecimento sobre as criaturas desse tipo específico. Todos esses traços acabaram sendo reforçados nos dois episódios seguintes, enquanto novas camadas eram adicionadas à personagem, como sua capacidade de encorajar Popplio a batalhar com sua própria determinação. Ao fim do SM033, quando ela recebe o Águium Z do Wishiwashi, Vitória havia se provado mais que merecedora dessa honra!
Enquanto os especialistas em Fogo e Planta não enfrentam suas próprias provas, Kiawe e Lulú receberam, cada, uma missão própria particular. Como o fato de já possuir uma Pulseira Z indica que Kiawe já derrotou seu próprio Totem (que supomos que seja Salazzle), o anime aproveitou o ensejo para lhe dar seu Pokémon principal dos jogos: Marowak. Já Lulú basicamente exerceu a mesma função de sua contraparte dos jogos: ela foi uma Capitã de forma não-oficial. Assim como nos jogos ela é a Capitã mais próxima de Olívia, no anime a Kahuna lhe pede que acompanhe Ash em sua prova, sem que ele saiba que está sendo avaliado. Confesso que foi um alívio quando o anime começou a entregar porque eu fiquei preocupado de verdade com a falta de ação da jovem chef diante das adversidades ao longo do episódio!
A única questão que me deixa um pouco intrigado é em relação aos times desses colegas de sala de Ash no anime. Tradicionalmente, os companheiros de jornada do palletiano nunca fecham times com seis membros, ficando ali na média entre três e quatro Pokémon. Com o número de companheiros aumentado para cinco e a maioria deles não dando tanta importância para batalhas, fica uma incógnita sobre que tipo de desenvolvimento eles terão nesse aspecto. Desde que a fase Sun & Moon começou, Lulú evoluiu Bounsweet para Steenee e aprendeu Tapa Duplo e Folha Mágica, Kiawe pegou Marowak de Alola - seu Pokémon assinatura nos jogos - e seu Turtonator aprendeu o Quebra Concha e Chris pegou Charjabug.
Ironicamente, enquanto Vitória ganhou sua Pulseira Z e um Águium Z, o único desenvolvimento em seu time foi Popplio aprender o Aqua Jato… O fato de ela obter itens cujo uso são primariamente para batalha e até mesmo seu confronto com o Totem Wishiwashi podem indicar que os roteiristas estejam preparando o terreno para que ela se torne uma Treinadora que batalhe mais no futuro. Só que fica difícil acreditar de fato nisso quando eu já sei que até o presente momento seu time não sofreu nenhuma alteração. Será que ela vai chegar a pegar sequer um Dewpider para referenciar o Araquanid de sua contraparte dos jogos? Outra coisa que me frustra é ela precisar de Ash para enfrentar o Pokémon assistente do Totem Wishiwashi quando ela podia muito bem ter usado seu Lapras Carona. Mas acho que o Ash precisa fazer algo já que é o protagonista. Talvez agora como Ultra Guardiões, os amigos de Ash tenham mais chances de desenvolver seus respectivos times.
Da comédia à tragédia
O pontapé inicial no arco de Akala é dado com a chegada de Olívia, a Kahuna da ilha cor de rosa. Desde sua arte para os jogos Pokémon Sun & Moon foi revelada, a imagem daquela mulher negra, forte, levemente atrevida e também sedutora me conquistou! Quando fiz minha jornada por Alola, notei que a arte realmente refletia a personalidade dela, com o detalhe de que os jogos ainda acrescentaram que ela é ligeiramente frustrada por ainda ser uma mulher solteira. Ainda que seja muito século passado fazer humor com solteirice feminina, o fato de Olívia ser um mulher incrível que apesar disso não conseguiu encontrar alguém para realizar seu sonho de formar uma família acaba se tornando uma vulnerabilidade que não reduz em nada seu poder e importância.
O anime tomou um pouco mais de liberdade com a forma de retratar a segunda Kahuna de Alola, tornando-a ainda menos "perfeita". Os roteiristas optaram por dá-la camadas extras de humor que são tão intensas que quase a tornam um alívio cômico, diminuindo consideravelmente seu lado mais imponente. Ela é desastrada e vive as emoções tão intensamente que vai facilmente do choro ao riso, características que dificultam até para os colegas de classe de Ash de levarem-na a sério - embora Lulú seja conquistada por suas dualidades extremas. Ela ainda consegue ser imponente nos poucos momentos em que convém e possui grande compaixão pelos Pokémon, mas é terrível que o anime tinha optado por usar seu beijo e toque feminino como forma de se conectar e acalmar Pokémon.
O lado bom é que, diferente de Pandam que fez apenas aparições pontuais e desapareceu, Olívia tem mais episódios, portanto mais oportunidades de aparecer e os momentos em que ela atua como professora realmente servem para mostrar que ela é mais que uma grande piada. Minha maior expectativa é que ela seja um desafio para Ash tão potente quanto o título dos próximos episódios promete. Eu odiaria ver Olívia ficar tantos episódios e sair de cena tendo como maior feito ser uma beijoqueira de Pokémon.
SM031/ Episódio 982 - Olívia Aparece! Chore e Ria, Kahuna!!
Roteiro: Atsuhiro Tomioka
Direção de Animação: Masayuki Fujita e Masaru Hamada
O trabalho de Tomioka é geralmente marcado por tanta excelência que eu até fiquei surpreso de ver que foi ele quem escreveu esse episódio tão… regular. Como não fui grande fã do humor forçado conferido à Olívia no anime, assistir a este capítulo com todas as piadas forçadas com queda foi bem chato e o drama do Wailmer não fez tanto sentido: se o que o levava para baixo era o poder psíquico de Bruxish, por que o efeito não foi desfeito quando o Pokémon foi derrotado pelo Lycanroc de Olívia? Foi uma tentativa pouco coerente de estender o drama e dar algo para Lílian fazer (já que ela não iria pular na água e segurar a baleia mirim como os outros né). A animação não é das melhores, mas os cenários, especialmente na cena de exploração do mar entre Melemele e Akala, ficaram belíssimos! Como característico do roteirista, seus Pokémon queridinhos (nesta saga, Rockruff e Litten) ainda ganham um momento extra para explorarem seu passado e prenunciarem seu futuro e eu gostei muito do discurso que Olívia dá: foi um momento digno de uma Kahuna. Pena que existem mais quedas e beijos em Pokémon aqui que cenas da personagem exibindo essa dignidade…
Nota: 3/5
SM032/ Episódio 983 - Achamos um Tesouro! Busca Stoutland!!
Roteiro: Shoji Yonemura
Direção de Animação: Takashi Shinohara
SM033/ Episódio 984 - O Pequeno Wishiwashi Não Fica Devendo, é o Senhor do Lago!
Roteiro: Junichi Fujisaku
Direção de Animação: Masaaki Iwane e Izumi Shimura
Depois da excelente estreia em Pokémon com o episódio do Pokémon Beisebol, Junichi Fujisaku nos presenteia com outra excelente obra. Logo após encontrar a rocha que será transformada em sua Pulseira Z, Vitória decide ir pescar uns peixões com Ash (afinal um sapão o Ash o já fisgou se é que me entendem hihihi), mas numa virada do destino daquelas típicas de ficção, ela acaba sendo testada para ganhar seu primeiro Cristal Z. O legal dessa prova é que não se trata apenas de travar uma batalha Pokémon. Como Vitória não é uma Treinadora focada em batalhas como Kiawe e Ash, ela própria precisa ser forte para puxar o Wishiwashi Cardume para fora d'água e isso acaba tendo umas ramificações legais, como Popplio decidindo entrar no combate, apesar do seu medo após ver a determinação de sua Treinadora. Além da ação e da adrenalina presentes, há também espaço para humor, na figura do mestre pescador mentiroso, na reciclagem de algumas piadas já clássicas como o Feebas mega difícil de pescar pescado com facilidade e Ash só pescando Magikarp e, claro, Vitória dizendo que havia pescado um Mega Gyarados só de zoeira. Foi também ótimo ver Alomomola aparecendo e ajudando Wishiwashi, não apenas atacando Popplio como também curando o Pokémon Totem, repetindo sua função dos jogos. Afinal, por que não ver nossos heróis do anime sofrendo o diabo com essa combinação depois do nosso próprio sofrimento nos jogos, não é mesmo?
Nota: 5/5
SM034/ Episódio 985 - Uma Batalha de Fogo! Marowak Aparece!!
Roteiro: Akemi Omode
Direção de Animação: Tetsuya Ishikawa
Um Festival para celebrar os Pokémon de Fogo? Opa! Já tem minha atenção. Uma pea que, dessa leva de episódios, este é de longe o mais fraco. O que não quer dizer necessariamente que foi ruim. O roteiro de Omode até é esforçado, nos dando mais informação sobre as tradições do povo de Akala e da relação de Kiawe com seu falecido avô, além de explorar positivamente a relaçãode amor entre o fazendeiro saradinho e Ash. Porém, o maior pecado fica com a execução técnica. Há problemas com o tamanho de diversos Pokémon, traços bizarramente tortos e até uma pequena falta de fluidez nas batalhas. Mas o pior crime é que este foi o primeiro a nos mostrar todos os sete Iniciais de Fogo: e todos horrorosamente tortos! E apesar de amar o Marowak de Alola e ficar feliz que Kiawe obteve seu segundo Pokémon, este Pokémon em particular não me cativou com seu jeitão barulhento e motivação fraca. Achei ele muito chato. Mas talvez nos próximos episódios eu goste mais? Agora, eu certamente amei a forma como o anime colocou não apenas um Alpinista David, mas TRÊS no episódio porque o que é bom a gente quer até triplicado!
Nota: 3,5/5
SM035/ Episódio 986 - Uma In-curry-vel Batalha! A Dança de Lurantis!!
Roteiro: Shoji Yonemura
Direção de Animação: Noriko Ito
Muitas viúvas dos Ginásios lamentam que eles deram lugar ao desafio da ilha e suas provas, porém eu só consigo amar cada vez mais esse esquema e este episódio é um dos motivos pra isso. Ainda temos as batalhas, com o acréscimo de tarefas extras que sempre podem nos surpreender! E já que o anime nunca adaptou muito bem os quebra-cabeças que os Ginásios dos jogos propunham, há um senso adicional de novidade. Portanto, as provas do anime se tornam basicamente uma aventura divertida seguida de uma batalha foda no final! O mais legal disso é ver que o anime tem feito cada batalha contra Totem uma batalha em dupla e, assim como os Pokémon Totem e seus aliados nos jogos, isso acaba resultando em um verdadeiro festival de estratégias: Castform com Dia Ensolarado e Revólver d'Água beneficiando um Lurantis com Lâmina Solar e Síntese? Uma combinação básica, mas bastante eficaz.
Ao longo do caminho para chegar ao Totem Lurantis, Ash é testado de formas sutis e diferentes, gerando momentos engraçados e oportunidade para até os Pokémon que não participam na batalha principal - Pikachu e Rockruff - de darem sua pequena contribuição. O confronto contra Lurantis e Castform não tem nada de muito excepcional ou diferente daquilo que já vimos anteriormente no anime a essa altura, mas rendeu grandes combinações como o ataque duplo a Castform e Rowlet se jogando na frente de Litten para protegê-lo de um ataque de Água fatal (bem ao estilo de Chimchar se jogando na frente da Rajada de Fogo para proteger Turwig nas Batalhas de Duplas de Hearthome ♥). Parece que depois de ter concluído o roteiro de Pokémon - O Filme: Eu Escolho Você, Yonemura voltou ainda mais inspirado ao anime, o que é ótimo. É bom saber que os roteiristas que restaram da renovação de escritores da série estão dando o seu melhor a Pokémon: A Série Sol & Lua.
Nota: 5/5.
Considerações finais:
O anime tem sido capaz de honrar o material original fazendo ajustes que ainda respeitavam as personalidades e características específicas de cada um desses Capitães destituídos e esse conjunto de cinco episódios certamente é um dos que melhor representa isso. A ideia de adaptar o que antes eram as provas de cada Capitão para episódios focados em cada um deles separadamente, pegando emprestado elementos das suas respectivas provas, foi genial! E o anime ainda conseguiu fazer com que cada episódio tivesse um foco e um tratamento distinto.
Com Kiawe já estabelecido como um Treinador forte e possuidor de uma Pulseira Z e Lulú já atuando como a mais madura do grupo, a maior evolução do arco acabou ocorrendo com minha personagem favorita dos cinco: Vitória. Enquanto a verdadeira provação de Vitória veio somente no SM033, é ótimo ver como os roteiristas começam esse desenvolvimento dois episódios antes de forma bem sutil. Durante a jornada até Akala, ela já havia demonstrado sua coragem e compaixão pelos Pokémon na missão de salvar o Wailmer do terrível Bruxish, além do seu grande conhecimento sobre as criaturas desse tipo específico. Todos esses traços acabaram sendo reforçados nos dois episódios seguintes, enquanto novas camadas eram adicionadas à personagem, como sua capacidade de encorajar Popplio a batalhar com sua própria determinação. Ao fim do SM033, quando ela recebe o Águium Z do Wishiwashi, Vitória havia se provado mais que merecedora dessa honra!
Enquanto os especialistas em Fogo e Planta não enfrentam suas próprias provas, Kiawe e Lulú receberam, cada, uma missão própria particular. Como o fato de já possuir uma Pulseira Z indica que Kiawe já derrotou seu próprio Totem (que supomos que seja Salazzle), o anime aproveitou o ensejo para lhe dar seu Pokémon principal dos jogos: Marowak. Já Lulú basicamente exerceu a mesma função de sua contraparte dos jogos: ela foi uma Capitã de forma não-oficial. Assim como nos jogos ela é a Capitã mais próxima de Olívia, no anime a Kahuna lhe pede que acompanhe Ash em sua prova, sem que ele saiba que está sendo avaliado. Confesso que foi um alívio quando o anime começou a entregar porque eu fiquei preocupado de verdade com a falta de ação da jovem chef diante das adversidades ao longo do episódio!
A única questão que me deixa um pouco intrigado é em relação aos times desses colegas de sala de Ash no anime. Tradicionalmente, os companheiros de jornada do palletiano nunca fecham times com seis membros, ficando ali na média entre três e quatro Pokémon. Com o número de companheiros aumentado para cinco e a maioria deles não dando tanta importância para batalhas, fica uma incógnita sobre que tipo de desenvolvimento eles terão nesse aspecto. Desde que a fase Sun & Moon começou, Lulú evoluiu Bounsweet para Steenee e aprendeu Tapa Duplo e Folha Mágica, Kiawe pegou Marowak de Alola - seu Pokémon assinatura nos jogos - e seu Turtonator aprendeu o Quebra Concha e Chris pegou Charjabug.
Ironicamente, enquanto Vitória ganhou sua Pulseira Z e um Águium Z, o único desenvolvimento em seu time foi Popplio aprender o Aqua Jato… O fato de ela obter itens cujo uso são primariamente para batalha e até mesmo seu confronto com o Totem Wishiwashi podem indicar que os roteiristas estejam preparando o terreno para que ela se torne uma Treinadora que batalhe mais no futuro. Só que fica difícil acreditar de fato nisso quando eu já sei que até o presente momento seu time não sofreu nenhuma alteração. Será que ela vai chegar a pegar sequer um Dewpider para referenciar o Araquanid de sua contraparte dos jogos? Outra coisa que me frustra é ela precisar de Ash para enfrentar o Pokémon assistente do Totem Wishiwashi quando ela podia muito bem ter usado seu Lapras Carona. Mas acho que o Ash precisa fazer algo já que é o protagonista. Talvez agora como Ultra Guardiões, os amigos de Ash tenham mais chances de desenvolver seus respectivos times.
Da comédia à tragédia
O pontapé inicial no arco de Akala é dado com a chegada de Olívia, a Kahuna da ilha cor de rosa. Desde sua arte para os jogos Pokémon Sun & Moon foi revelada, a imagem daquela mulher negra, forte, levemente atrevida e também sedutora me conquistou! Quando fiz minha jornada por Alola, notei que a arte realmente refletia a personalidade dela, com o detalhe de que os jogos ainda acrescentaram que ela é ligeiramente frustrada por ainda ser uma mulher solteira. Ainda que seja muito século passado fazer humor com solteirice feminina, o fato de Olívia ser um mulher incrível que apesar disso não conseguiu encontrar alguém para realizar seu sonho de formar uma família acaba se tornando uma vulnerabilidade que não reduz em nada seu poder e importância.
O anime tomou um pouco mais de liberdade com a forma de retratar a segunda Kahuna de Alola, tornando-a ainda menos "perfeita". Os roteiristas optaram por dá-la camadas extras de humor que são tão intensas que quase a tornam um alívio cômico, diminuindo consideravelmente seu lado mais imponente. Ela é desastrada e vive as emoções tão intensamente que vai facilmente do choro ao riso, características que dificultam até para os colegas de classe de Ash de levarem-na a sério - embora Lulú seja conquistada por suas dualidades extremas. Ela ainda consegue ser imponente nos poucos momentos em que convém e possui grande compaixão pelos Pokémon, mas é terrível que o anime tinha optado por usar seu beijo e toque feminino como forma de se conectar e acalmar Pokémon.
O lado bom é que, diferente de Pandam que fez apenas aparições pontuais e desapareceu, Olívia tem mais episódios, portanto mais oportunidades de aparecer e os momentos em que ela atua como professora realmente servem para mostrar que ela é mais que uma grande piada. Minha maior expectativa é que ela seja um desafio para Ash tão potente quanto o título dos próximos episódios promete. Eu odiaria ver Olívia ficar tantos episódios e sair de cena tendo como maior feito ser uma beijoqueira de Pokémon.
SM031/ Episódio 982 - Olívia Aparece! Chore e Ria, Kahuna!!
Roteiro: Atsuhiro Tomioka
Direção de Animação: Masayuki Fujita e Masaru Hamada
O trabalho de Tomioka é geralmente marcado por tanta excelência que eu até fiquei surpreso de ver que foi ele quem escreveu esse episódio tão… regular. Como não fui grande fã do humor forçado conferido à Olívia no anime, assistir a este capítulo com todas as piadas forçadas com queda foi bem chato e o drama do Wailmer não fez tanto sentido: se o que o levava para baixo era o poder psíquico de Bruxish, por que o efeito não foi desfeito quando o Pokémon foi derrotado pelo Lycanroc de Olívia? Foi uma tentativa pouco coerente de estender o drama e dar algo para Lílian fazer (já que ela não iria pular na água e segurar a baleia mirim como os outros né). A animação não é das melhores, mas os cenários, especialmente na cena de exploração do mar entre Melemele e Akala, ficaram belíssimos! Como característico do roteirista, seus Pokémon queridinhos (nesta saga, Rockruff e Litten) ainda ganham um momento extra para explorarem seu passado e prenunciarem seu futuro e eu gostei muito do discurso que Olívia dá: foi um momento digno de uma Kahuna. Pena que existem mais quedas e beijos em Pokémon aqui que cenas da personagem exibindo essa dignidade…
Nota: 3/5
SM032/ Episódio 983 - Achamos um Tesouro! Busca Stoutland!!
Roteiro: Shoji Yonemura
Direção de Animação: Takashi Shinohara
O veterano Shoji Yonemura não havia causado uma impressão muito boa em seu retorno com "Tchau, Tchau, Chris", portanto é uma volta por cima e tanto que o roteirista tenha sido capaz de escrever um dos melhores episódios de Sun & Moon! Yonemura tem a seu favor o fato de que não precisa focar em um personagem em particular, mas sim com todo o grupo de carismáticos Treinadores. E quando um roteirista sabe utilizar esses personagens, não tem erro!
Além disso, eu amo qualquer coisa que o anime faça envolvendo Treinadores interagindo com Pokémon que não são deles para um propósito específico (lembram da Academia de Verão Pokémon de Sinnoh? Pois é), então obviamente eu já estava amando desde que Olívia terminou de explicar a tarefa do dia. Só ficou ainda melhor quando eu vi o humor certeiro do episódio (menos queda idiota de Olívia e mais Ash celebrando estar na liderança logo após ser o primeiro na contagem de pontos) combinado com uma exploração adequada de cada personagem e no desenvolvimento de Lílian e Vitória com seus respectivos triunfos. Honestamente, ver Vitória achando o mineral da Pulseira Z foi bastante chocante e uma revelação que me deixou felicíssimo e empolgado na expectativa de que isso signifique um desenvolvimento futuro para a personagem.
Nota: 5/5
Roteiro: Junichi Fujisaku
Direção de Animação: Masaaki Iwane e Izumi Shimura
Depois da excelente estreia em Pokémon com o episódio do Pokémon Beisebol, Junichi Fujisaku nos presenteia com outra excelente obra. Logo após encontrar a rocha que será transformada em sua Pulseira Z, Vitória decide ir pescar uns peixões com Ash (afinal um sapão o Ash o já fisgou se é que me entendem hihihi), mas numa virada do destino daquelas típicas de ficção, ela acaba sendo testada para ganhar seu primeiro Cristal Z. O legal dessa prova é que não se trata apenas de travar uma batalha Pokémon. Como Vitória não é uma Treinadora focada em batalhas como Kiawe e Ash, ela própria precisa ser forte para puxar o Wishiwashi Cardume para fora d'água e isso acaba tendo umas ramificações legais, como Popplio decidindo entrar no combate, apesar do seu medo após ver a determinação de sua Treinadora. Além da ação e da adrenalina presentes, há também espaço para humor, na figura do mestre pescador mentiroso, na reciclagem de algumas piadas já clássicas como o Feebas mega difícil de pescar pescado com facilidade e Ash só pescando Magikarp e, claro, Vitória dizendo que havia pescado um Mega Gyarados só de zoeira. Foi também ótimo ver Alomomola aparecendo e ajudando Wishiwashi, não apenas atacando Popplio como também curando o Pokémon Totem, repetindo sua função dos jogos. Afinal, por que não ver nossos heróis do anime sofrendo o diabo com essa combinação depois do nosso próprio sofrimento nos jogos, não é mesmo?
Nota: 5/5
SM034/ Episódio 985 - Uma Batalha de Fogo! Marowak Aparece!!
Roteiro: Akemi Omode
Direção de Animação: Tetsuya Ishikawa
Um Festival para celebrar os Pokémon de Fogo? Opa! Já tem minha atenção. Uma pea que, dessa leva de episódios, este é de longe o mais fraco. O que não quer dizer necessariamente que foi ruim. O roteiro de Omode até é esforçado, nos dando mais informação sobre as tradições do povo de Akala e da relação de Kiawe com seu falecido avô, além de explorar positivamente a relação
Nota: 3,5/5
SM035/ Episódio 986 - Uma In-curry-vel Batalha! A Dança de Lurantis!!
Roteiro: Shoji Yonemura
Direção de Animação: Noriko Ito
Muitas viúvas dos Ginásios lamentam que eles deram lugar ao desafio da ilha e suas provas, porém eu só consigo amar cada vez mais esse esquema e este episódio é um dos motivos pra isso. Ainda temos as batalhas, com o acréscimo de tarefas extras que sempre podem nos surpreender! E já que o anime nunca adaptou muito bem os quebra-cabeças que os Ginásios dos jogos propunham, há um senso adicional de novidade. Portanto, as provas do anime se tornam basicamente uma aventura divertida seguida de uma batalha foda no final! O mais legal disso é ver que o anime tem feito cada batalha contra Totem uma batalha em dupla e, assim como os Pokémon Totem e seus aliados nos jogos, isso acaba resultando em um verdadeiro festival de estratégias: Castform com Dia Ensolarado e Revólver d'Água beneficiando um Lurantis com Lâmina Solar e Síntese? Uma combinação básica, mas bastante eficaz.
Ao longo do caminho para chegar ao Totem Lurantis, Ash é testado de formas sutis e diferentes, gerando momentos engraçados e oportunidade para até os Pokémon que não participam na batalha principal - Pikachu e Rockruff - de darem sua pequena contribuição. O confronto contra Lurantis e Castform não tem nada de muito excepcional ou diferente daquilo que já vimos anteriormente no anime a essa altura, mas rendeu grandes combinações como o ataque duplo a Castform e Rowlet se jogando na frente de Litten para protegê-lo de um ataque de Água fatal (bem ao estilo de Chimchar se jogando na frente da Rajada de Fogo para proteger Turwig nas Batalhas de Duplas de Hearthome ♥). Parece que depois de ter concluído o roteiro de Pokémon - O Filme: Eu Escolho Você, Yonemura voltou ainda mais inspirado ao anime, o que é ótimo. É bom saber que os roteiristas que restaram da renovação de escritores da série estão dando o seu melhor a Pokémon: A Série Sol & Lua.
Nota: 5/5.
Considerações finais:
- O quão legal é ver Ash perguntando para Rotom que tipos de Pokémon ele pode encontrar na Ilha de Akala? É também legal que ele esteja com a resposta sobre o deus guardião de Akala na ponta da língua!
- As crianças ficaram chocadas de verem Olívia dando uma bitoca no Tauros. Espera só eles verem que tipo de interação humano x Pokémon rola no Tumblr…
- Considerando a influência de certas animações, como Pokémon, entre o público infantil, eu acho muito importante mostrar Olívia dando joias para as meninas e os meninos e ver os garotos reagindo positivamente a elas e não com rejeição;
- Que grotesco erro de animação no SM031, quando o Slowpoke evolui para Slowbro e o Shellder na concha já está transformado antes da evolução;
- A maior contribuição de Pokémon - O Filme: Eu Escolho Você para a franquia não é trazer Pokémon de volta aos cinemas mundiais, mas sim trazer de volta as músicas clássicas do anime remasterizadas! Bom, pelo menos na versão japonesa…
- Minha cena favorita do SM031? Vitória mentindo que viu um Lugia!
- Sério que depois de tantos anos os roteiristas ainda acham OK Ash não entender como funcionam Enfermeiras Joy? Toma vergonha na cara, Tomioka!
- Eu aprecio a paciência do Lycanroc de Olívia com Rockruff. Eu não nasci pra ser senpai
- Foi maravilhoso ver Ash se lembrando do Stoutland de Litten logo depois de sentir o peso do Stoutland que lhe escolhera para a aula extracurricular. Mais maravilhoso ainda foi vê-lo tendo as calças arrancadas enquanto vivenciava seu miniflashback;
- É sempre legal ver o entusiasmo de Ash para pegar um novo Pokémon. Ainda que seja um Geodude de Alola… e poxa bem que Lulú podia ter pegado um daqueles Fomantis lindinhos!
- Eu adoro muito como Lílian não conseguir montar o Stoutland logo de cara não é um problema e sim o próprio desafio dela. Num mundo ideal, é assim que os sistemas de avaliação nas escolas funcionariam. Como não amar a utopia Pokémon?
- Os alunos da Escola Pokémon estão hospedados no Centro Pokémon da Cidade de Paniola. No Japão, o nome da cidadezinha é Ohana e ohana quer dizer família e família quer dizer nunca abandonar ou esquecer;
- Como se não bastasse tudo, Olívia ainda é daquelas tias chatas que ficam forçando crianças em ships errados #ranço;
- Vamos parar um momento para apreciar Popplio e Pikachu recriando uma famosa cena de Titanic?
- Litten veste a Coroa de Wela! Fiquei tão feliz de vê-lo tendo a chance de enfrentar um Pokémon Totem!
- Achei meio pombo esse Quebra Concha de Turtonator que não quebra mesmo a concha. Saudades, Dwebble do Cilan;
- Podemos também falar por um momento sobre a inconstância de tamanho de Marowak?
- Eu amo o detalhe dos Pokémon comendo Erva de Reviver e reagindo ao gosto amargo;
- Gostaria de aproveitar que estou chegando ao final do texto e me desculpar pelo atraso de mais de dois meses. Meu trabalho tem exigido cada vez mais de mim e com o lançamento de Pokémon Ultra Sun & Ultra Moon + as festas de fim de ano + algumas viagens + minha maratona de RuPaul's Drag Race + eu demorando tanto pra escrever este texto que tive que rever os episódios acabaram influenciando na minha demora. O próximo Charithoughts (do mangá Pokémon: Yellow #2) não deve demorar tanto já que só falta reler o mangá e revisar o texto, algo que a Panini Comics poderia aprender né, mores;
- Descobri hoje que o Cartoon Network brasileiro já me passou. Tô bem mal. Também decidi que não dá pra esperar a Pocket Monsters mesmo porque, por mais que eu ame o trabalho deles, o atraso deles só piora e isso é péssimo pra mim e pra vocês, claro. Portanto, eu não vou mais ficar esperando eles não. Afinal, tem taaaaaaaanta coisa que eu ainda quero ver. MISTY E BROCK. ARCO DO NEBBY AAAAAAAAAAAA
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